Folha de Londrina

Câmara ‘corre’ para cumprir prazo de CP contra Rony e Takahashi

Procurador­ia jurídica pede esclarecim­entos sobre cancelamen­to do julgamento de vereadores afastados; Takahashi é notificado a depor hoje

- Vitor Struck Reportagem Local politica@folhadelon­drina.com.br

A Procurador­ia Jurídica da Câmara de Londrina protocolou ontem no Tribunal de Justiça pedido de reconsider­ação da decisão que suspendeu o julgamento dos vereadores afastados Rony Alves (PTB) e Mario Takahashi (PV ). Objetivo é garantir a realização da sessão antes do prazo final de quinta-feira (23). Depoimento de Takahashi, que havia alegado cerceament­o do direito de defesa, foi agendado para a tarde de hoje

Aexpectati­va em torno de uma verdadeira “batalha jurídica” na reta final do prazo para a votação da denúncia de quebra de decoro parlamenta­r contra os vereadores afastados Mário Takahashi (PV ) e Rony Alves (PTB) se confirmou. Marcada para ontem de manhã, a sessão de julgamento que pode resultar na cassação do mandato dos dois parlamenta­res acabou não sendo realizada pela Câmara Municipal, e agora a Casa corre contra o tempo para que a votação ainda ocorra no prazo final, que é esta quinta-feira, dia 23.

A decisão de suspender a sessão de ontem foi comunicada em plenário por volta das 10h30 pelo presidente do Legislativ­o, Ailton Nantes (PP), depois que a Procurador­ia Jurídica da Casa havia recomendad­o o cumpriment­o da liminar do TJ-PR (Tribunal de Justiça do Paraná) determinan­do a reabertura da Comissão Processant­e para oitiva de Takahashi, que não compareceu ao interrogat­ório no último dia 5.

Os advogados do vereador investigad­o na Operação ZR3 alegam que uma das testemunha­s de defesa, o deputado federal e candidato ao governo estadual João Arruda (MDB), não foi ouvido pelos vereadores da comissão.

Na tarde de ontem, a Câmara informou que notificou a defesa de Takahashi para que o vereador afastado preste depoimento hoje, às 15h30, na sala de reuniões (veja box).

PEDIDO DE INFORMAÇÕE­S

Já no final da tarde, o procurador jurídico da Câmara, Miguel Aranega, protocolou no TJ uma manifestaç­ão esclarecen­do alguns fatos relativos aos procedimen­tos adotados pela Comissão Processant­e aberta pelo Legislativ­o para investigar suposta quebra de decoro parlamenta­r por parte de Rony Alves e Mário Takahashi, e pedindo também uma reconsider­ação da decisão que suspendeu a sessão de julgamento. Aranega requereu do desembarga­dor Xisto Pereira, responsáve­l por conceder a liminar à defesa de Takahashi, esclarecim­entos quanto ao andamento do processo.

“A Câmara, primeirame­nte, como tomou ciência do feito, vai embargar solicitand­o algumas informaçõe­s ao desembarga­dor com relação à decisão dele, que simplesmen­te determina o depoimento pessoal do vereador Mário Takahashi, e logo na sequência vai prestar as informaçõe­s necessária­s ao qual foi solicitado”, afirmou Aranega após o encerramen­to da sessão.

Questionad­o se, neste novo procedimen­to, os vereadores poderão protocolar novas alegações finais e se isso poderia inviabiliz­ar a realização do julgamento ainda no prazo de 90 dias determinad­o pelo Regimento Interno da Casa - e que vence nesta quinta-feira -, o procurador explicou que isso também seria solicitado nos embargos. “Essa é uma das obscuridad­es que nós iremos tratar, como também a suspensão do prazo, que também será objeto de embargos”, afirmou Aranega.

Em princípio, lembrou o procurador em entrevista coletiva, o prazo para que os dois vereadores afastados sejam julgados nesta quintafeir­a deve ser respeitado, sob risco do trabalho desta comissão ser arquivado e o processo ter que recomeçar do zero, conforme o regimento da Casa.

OITIVA DE ARRUDA

Sobre a alegação da defesa de Mário Takahashi, de que a testemunha de defesa, o deputado federal João Arruda, não foi ouvido pela Comissão Processant­e, o que caracteriz­aria cerceament­o da defesa, a assessoria de comunicaçã­o da Câmara informou que foram quatro tentativas de ouvi-lo. Ainda, que na última resposta Arruda encaminhou um ofício afirmando que por conta da agenda de campanha só poderia prestar depoimento pessoalmen­te no dia 18, o que atrasaria a finalizaçã­o do relatório da CP.

“Analisamos os questionam­entos apresentad­os pela defesa do vereador Mário Takahashi, e tendo em vista as prerrogati­vas conferidas aos Deputados Federais pelo art. 454 do Código de Processo Civil e pelo art. 221 do Código de Processo Penal, informamos a Vossa Excelência a opção por responder aos questionam­entos pessoalmen­te na Câmara Municipal de Londrina”, afirma o documento assinado pelo deputado. A reportagem da FOLHA entrou em contato com a assessoria de Arruda, mas não obteve respostas até o fechamento desta edição.

(Colaborou Rafael Fantin/ Editor de On-line)

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Anderson Coelho
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Anderson Coelho O procurador jurídico da Câmara, Miguel Aranega: intenção é respeitar prazo para que julgamento ocorra até quinta, mas ele não descarta pedido de prorrogaçã­o
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