‘A sociedade ainda responsabiliza a mulher’
Além da descoberta de algumas causas dos distúrbios na reprodução masculina e do fornecimento de informações para tratamentos futuros, as pesquisas na UEL também colaboram para desmistificar a ideia de que a mulher é responsável pela não reprodução ou pelas alterações genéticas do filho (a).
“Falar sobre problema reprodutivo na mulher, até por uma questão cultural, é normal, mas para o homem é como se interferisse na masculinidade. Na maioria das vezes, não há essa relação, pois os homens têm desempenho sexual e libido normais. A sociedade ainda responsabiliza a mulher. Tem que desmistificar isso”, diz a pesquisadora e professora do Departamento de Biologia Geral da UEL (Universidade Estadual de Londrina), Glaura Scantamburlo Alves Fernandes.
De acordo com ela, “o homem contribui, e muito, para o insucesso reprodutivo do casal e ainda pode ser o responsável por alterações no descendente, como Síndrome de Down”.
Em todo o mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), mais de 50 milhões de pessoas são consideradas inférteis (casal que mantém relações sexuais sem métodos contraceptivos durante 12 meses sem engravidar). No Brasil, a estimativa é que oito milhões de pessoas apresentam essa condição.
Falar sobre problema reprodutivo na mulher, até por uma questão cultural, é normal, mas para o homem é como se interferisse na masculinidade”