Joel Malucelli admitiu ter participado de reunião, diz MP
Um dos 15 investigados pela operação Rádio Patrulha, o empresário Joel Malucelli admitiu ter participado de uma reunião que tratou de propina no programa Patrulha do Campo, mas disse não ter feito pagamentos diretamente, disse o coordenador estadual do Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado), Leonir Batisti.
Malucelli foi o último investigado a depor ao MP-PR (Ministério Público do Paraná), nesta segunda-feira (17). A investigação aponta o dono da J. Malucelli Equipamentos S.A. como um dos participantes do esquema de fraude à licitação do programa Patrulha do Campo. Ele teria participado da divisão informal dos lotes com os outros empresários, apesar de não ter vencido a licitação.
Em fala divulgada à imprensa, Batisti disse que Malucelli negou ter participado da licitação, mas contou ter alugado máquinas para Celso Frare, dono da empresa Ouro Verde, apontado nas investigações como um dos idealizadores do esquema.
O procurador de Justiça disse que o próximo passo do Gaeco será a conclusão das denúncias resultantes da investigação.
MP TRABALHA EM RECURSO
O coordenador do Gaeco reafirmou que o MP-PR deve recorrer da decisão do ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que deu habeas corpus e salvo conduto a todos os investigados presos temporariamente na operação Rádio Patrulha, horas depois de as prisões terem sido convertidas em preventivas pelo juiz Fernando Fischer, da 13ª Vara Criminal de Curitiba. Como ainda não houve notificação da decisão do Supremo, não há prazo para o recurso.
De acordo com Batisti, o MP deve entrar como parte interessada caso o recurso seja promovido pelo MPF (Ministério Público Federal), que tem a prerrogativa de levar o pedido ao STF. O órgão estadual estuda a possibilidade de ingressar ele mesmo com o recurso, que deverá ser assinado pelo procuradorgeral de Justiça.