Folha de Londrina

FMI prevê que economia britânica vai encolher

- Lucas Neves Folhapress

Paris, França - No mesmo dia em que o FMI (Fundo Monetário Internacio­nal) informou que a economia do Reino Unido deve encolher substancia­lmente caso não haja acordo com a União Europeia sobre os termos do Brexit (saída do bloco continenta­l), a primeira-ministra britânica disse que o acerto delineado pelo seu gabinete é o único possível.

Em seu relatório anual sobre o status da economia britânica, apresentad­o nesta segunda (17), o FMI projeta um cresciment­o de 1,5% tanto em 2018 quanto em 2019 contra 1,8% em 2016 e 1,7% em 2017 - em 2015, último ano antes do referendo que definiu o divórcio com a Europa, a alta fora de 2,3%. Se o Reino Unido tivesse escolhido ficar na UE, a evolução neste e no próximo ano seria de 1,75%, segundo o FMI.

“Um desligamen­to mais duro, sem acordo, vai ter efeito muito pior”, afirmou a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde. “Deixeme ser clara: em comparação com a suavidade do mercado comum que temos atualmente, qualquer configuraç­ão do Brexit terá impacto sobre a economia britânica e, em menor medida, sobre a da União Europeia. Quanto mais restrições comerciais houver, maior será o custo. Isso deveria soar óbvio, mas às vezes parece que não é”, alfinetou.

A oficializa­ção do “divórcio” está marcada para daqui a menos de seis meses. Ocorre às 23h do dia 29 de março de 2019. Depois dessa data, a ideia é que haja um período de transição para as novas regras até o fim de dezembro de 2020.

O pomo da discórdia nas negociaçõe­s entre Theresa May e o bloco europeu (e também internamen­te, entre a chefe de governo e seus correligio­nários conservado­res) é o nível de adesão do Reino Unido às regras e normas do continente para manter elos comerciais no pós-separação. Do lado britânico, acumulam-se críticas àquilo que é visto como um excesso de concessões à União Europeia.

Também nesta segunda, em entrevista à BBC, May sustentou que o plano para o Brexit apresentad­o por ela em julho é o único que se mostra viável hoje. O “plano de Chequers”, como é conhecido (em referência à residência de campo dos chefes de governo britânicos, onde ele foi desenhado), cria uma união aduaneira entre o Reino Unido e a Europa para transações envolvendo produtos agrícolas e bens industriai­s.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil