LUIZ GERALDO MAZZA
Lista de exonerações da turminha richista na Copel e na Sanepar acentua o racha entre Cida e Beto
A justiça está sendo mais compreensiva por Beto Richa em relação ao Ministério Público, tanto que ganhou o direito de continuar na campanha, vetado por Cida, e a garantia de Gilmar Mendes de não ser preso no caso da Patrulha Rural, afastada a hipótese de outras acusações. Deve-se seguir a tudo isso uma lista de exonerações da turminha richista em postos na Copel e na Sanepar, o que acentua o racha e revela que a governadora não se conforma com a contaminação de sua campanha em reta final. Para mostrar a incompatibilidade não acha suficiente a revelação de que repudia seu antecessor pelas denúncias que indicam um sistema com funda capilaridade de desvios e anomalias.
Como o demonstrou nos casos de Deonilson Roldo e agora o mais recente do contador Dirceu Pupo Ferreira (acusado de forçar um corretor de imóveis das operações da família Richa a mudar seu testemunho), também na Copel, não pretende concessões ou sequer o benefício da dúvida em favor de acusados, postura que timbrou ao criar a Divisão de Combate à Corrupção e que agirá em todos os casos.
Na história dos vices - tanto a nacional como a local - afloram os conflitos: Café Filho substituiu Getúlio Vargas no suicídio e foi plataforma de sua equipe para tentar impedir a posse de Juscelino Kubitschek, garantida pelos generais Odilio Denis e Teixeira Lott; Mario Pereira se aplicou na defesa do mandato de Requião, mas acabou rompido; Itamar Franco foi o oposto de Collor e quem abriu caminho para Fernando Henrique e o Plano Real; Michel Temer foi vice de Dilma e acabou beneficiado pela manobra de Eduardo Cunha que a derrubou. Aliás, no mais ideológico dos pleitos, o de 1960, eleição para vice era direta e Jango levou a melhor sobre Milton Campos e acabou assumindo com a renúncia do titular Jânio Quadros quando elegera o vice do general Lott. Ari Queiroz, que era vice de Alvaro Dias, manobrou por José Richa e depois por Zé Carlos Martinez contra Requião e dançou no maior estelionato eleitoral da história aquele do falso pistoleiro Ferreirinha.
Um dos mais discretos e sóbrios vices foi o londrinense José Hosken de Novaes e cuja história vai ser contada em breve pelo jornalista e escritor José Pedriali. Cansei de vê-lo a dispensar seu motorista e carregando às costas as compras do supermercado.