Brasil tem alto índice de afogamentos
OBrasil tem o maior índice de mortes por afogamentos da América Latina. É o que mostrou um estudo da Sobrasa (Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático). O levantamento da entidade alertou que uma pessoa morre afogada no Brasil a cada 91 minutos, totalizando 16 óbitos por dia e 5.840 anualmente. O número de homens vítimas de afogamento é 6,8 vezes maior do que o de mulheres, segundo a pesquisa, que revelou também que 47% das mortes são de vítimas de até 29 anos e que 75% dos casos acontecem em rios e represas. O estudo levou em conta informações do Datasus, o sistema de informática do Sistema Único de Saúde referentes a 2016.
A Região Sul é a terceira com maior mortalidade, com 2,8 óbitos a cada 100 mil habitantes por ano. Os incidentes não fatais são estimados em 100 mil por ano. Ou seja, a cada 100 afogamentos registrados no País, cinco pessoas morrem. No Paraná, a entidade contabiliza três mortes a cada 100 mil habitantes.
A Sobrasa levantou também quais os locais com mais risco, levando em consideração que a maioria dos óbitos aconteceu em locais de água doce, como rios, represas, lagoas e cachoeiras. E as crianças e adolescentes são colocados em risco constantemente, não somente nos locais acima citados, mas em piscinas. Segundo a entidade, o afogamento é a segunda maior causa de morte na faixa de um a quatro anos e a terceira entre dez e 14 anos.
O custo da hospitalização de pacientes que sofreram acidentes em piscinas, rios, mar ou lagos é bastante alto. A Sobrasa apurou que entre 2008 e 2011 foram hospitalizadas 7.674 pessoas por afogamento, consumindo 36 mil dias de permanência em hospitais, com custo total de R$ 8,4 milhões.
Apesar do número atual ser alto, o índice caiu nos últimos 20 anos. Em 1979, por exemplo, foram 5,42 mortes para cada 100 mil habitantes. Em 2016, esse índice caiu para 2,81. A entidade reconhece que nas duas décadas o Brasil vem promovendo campanhas de conscientização para a prevenção contra os afogamentos, mas é preciso mais. O País tem uma área aquática muito grande e muita gente ignora os riscos ao se aventurar na água. Em reportagem, na edição desta quarta-feira (19), a FOLHA traz orientações sobre como evitar acidentes na água. Mas, seja qual for o ambiente - piscina, represa, rio -, o mais importante é a prevenção.
Afogamento é a segunda maior causa de morte na faixa de um a quatro anos e a terceira entre dez e 14 anos