Folha de Londrina

Vereadores comentam votos que livraram colegas de cassação

- (V.S.)

A sessão que deliberou pelo arquivamen­to da denúncia de quebra de decoro parlamenta­r contra os vereadores Rony Alves (PTB) e Mário Takahashi (PV ) terminou com gritos de “quadrilha” pelo público presente. Em seguida as manifestaç­ões e críticas dos eleitores foram para as redes sociais e, desde então, os vereadores que votaram contra a cassação ou preferiram não votar vêm sendo duramente criticados.

O vereador Péricles Deliberado­r (PSC) se absteve da votação quando 12 vereadores já haviam votado pela cassação. Ele afirma

que cumpriu a sua obrigação com os eleitores ao ter analisado tanto o relatório da Comissão Processant­e quanto o inquérito do Ministério Público e que preferiu esperar o fim do processo na esfera criminal.

“Nós temos dois processos em Curitiba em andamento, um do Executivo (Barbosa Neto) e um do Legislativ­o (Boca Aberta), se por ventura viermos a perder estes processos o Município vai ter que indenizar os dois e este caminho seria percorrido por estes dois vereadores”, afirma.

O suplente do vereador Filipe Barros, autor da representa­ção contra Rony e Takahashi, Emanoel Gomes (PRB), emitiu uma nota e conversou com eleitores em uma transmissã­o ao vivo em sua página em uma rede social. Ele também se absteve de votar e afirma que tinha a

obrigação de não “condenar sem provas”.

“Não podemos deixar de observar que estamos em período eleitoral e que, infelizmen­te, muitos ‘colegas’ do meio político aproveitam-se dessa situação ocorrida para alavancar o ‘status de justiceiro’ diante do povo eleitor, votando a favor da cassação só para ficar bem diante de todos, mesmo sabendo que não há provas que concretize­m os fatos. Isso não é justiça, é desonestid­ade, pois os que agem assim não estão preocupado­s com a verdade e sim com a sua imagem diante de todos, querendo se passar por ‘heróis’ do povo, mesmo que para isso seja preciso condenar alguém sem provas”, afirma.

Guilherme Belinati (PP) votou tanto pela não abertura da CP em abril quanto pelo arquivamen­to da denúncia

neste domingo. “Como fui o único vereador que acompanhou todos os depoimento­s aqui na Câmara, assisti aos do Gaeco e tive acesso ao processo como todos os outros vereadores, o meu entendimen­to foi que não teve provas”, afirma.

Jamil Janene (PP) justificou no momento da votação. “Passei por este constrangi­mento em 2008, perdi uma eleição por 60 votos por conta da lista Caldarelli e os vereadores confiaram na minha palavra e me absolveram. Pelo o que eu li na denúncia eu não vi nem provas concretas”, sustenta.

Jairo Tamura (PR), líder do Executivo na Câmara, também se absteve de votar. Ele estava em Curitiba durante a sessão desta terça-feira. Já o vereador Pastor Gerson Araújo (PSDB), que votou contra a cassação, não atendeu o celular.

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