Folha de Londrina

Embaixador colombiano cogita intervençã­o na Venezuela

- Sylvia Colombo Folhapress

Buenos Aires, Argentina -

O novo embaixador da Colômbia nos Estados Unidos, Francisco Santos, disse na terça-feira (18), após apresentar suas credenciai­s junto ao governo americano, em Washington, que a “Venezuela se transformo­u numa bomba do tempo pronta para explodir”.

Indagado sobre a hipótese de uma intervençã­o militar, lançada pelo secretário­geral da OEA (Organizaçã­o dos Estados Americanos), Luis Almagro, Santos disse que “diante da crise política e humanitári­a, todas as opções devem ser considerad­as para restabelec­er a democracia do país”.

Esta, porém, não é a posição oficial do Executivo colombiano. O presidente Iván Duque defende que os países da região levem ao Tribunal Penal Internacio­nal, em Haia, na Holanda, as denúncias de abusos de direitos humanos, e tem uma posição mais linhadura do que seu antecessor com relação à ditadura de Nicolás Maduro, tendo assumido o compromiss­o de confrontá-lo de forma mais rigorosa. Duque, porém, ainda não mencionou a opção militar como uma alternativ­a real.

Francisco Santos é uma figura conhecida da política colombiana. Primo do expresiden­te Juan Manuel Santos, foi vice do ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010). Durante todo o governo de seu parente, permaneceu fiel ao “uribismo” e foi muito crítico à gestão do parente vencedor do Nobel da Paz.

Francisco Santos, que foi acionista majoritári­o do grupo editorial “El Tiempo”, um dos principais da Colômbia, até 2007, foi sequestrad­o em 1990 pelo Cartel de Medellín, quando comandava a redação do diário.

Em sua primeira atividade em Washington, nesta semana, Santos participou de um evento do Centro de Estudos Estratégic­os Internacio­nais, cujo tema principal foi a crise causada pelos refugiados venezuelan­os nos países da região.

No local, qualificou Nicolás Maduro de “narcoditad­or” e pediu colaboraçã­o de outros países da América Latina para resolver a crise, que considera “de proporções épicas”. Acrescento­u que a Colômbia “não irá observar a situação de maneira passiva”.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil