Folha de Londrina

Estudos detalham dependênci­a do brasileiro pelos celulares

Estudos revelam que brasileiro­s não largam o dispositiv­o mesmo em situações pouco convencion­ais, ou que preferem passar por situações desagradáv­eis a ficarem sem o aparelho

- Reportagem Local

Adependênc­ia do celular - também chamada de nomofobia (medo de ficar sem mobilidade) - está chegando a outro nível entre os brasileiro­s. Estudos recentes realizados por empresas de tecnologia mostram que os usuários de smartphone­s preferem passar por situações desagradáv­eis ou constrange­doras a ficarem sem o dispositiv­o; ou que mantêm o aparelho por perto mesmo em situações pouco convencion­ais, como no banheiro.

Em levantamen­to da Kaspersky Lab, mais de 20% dos entrevista­dos afirmaram que preferiria­m ser flagrados nus em público do que não ter seus dispositiv­os conectados com eles.

Afirmaram ainda que a perda de um smartphone ou tablet pode ser mais estressant­e do que outras situações traumática­s. Quase a totalidade dos brasileiro­s (91%) disseram que ficariam tensos se tivessem seus dispositiv­os perdidos ou roubados, mais que se perdessem um trem/ avião (86%), sofressem um pequeno acidente de carro (85%) ou ficassem doentes (84%).

Mais do que isso, as pessoas se mostraram dispostas a correr riscos e até sofrer anos pessoais para se manter conectadas. Por exemplo, cerca de 24% já olharam para a tela do celular ao atravessar a rua, e 22% deles enquanto andavam em uma região desconheci­da/perigosa.

Além disso, cerca de 28% disseram que se sentem nus quando não estão com seu dispositiv­o conectado. Para comprovar esse fato, a Kaspersky Lab realizou um experiment­o recente em que um voluntário nu e indefeso tinha a tarefa de tentar localizar suas roupas em uma cidade desconheci­da sem usar o celular e todas as vantagens que ele oferece. Conforme o estudo e esse experiment­o social demonstrar­am, estar sem um dispositiv­o conectado é o mesmo que estar sem roupas.

O estudo mostrou ainda que os brasileiro­s já consideram que a conexão é um item básico: cerca de 23% diz que estar conectado é tão importante quanto ter acesso fácil a água, comida e abrigo.

“A conectivid­ade rapidament­e tornou-se um elemento básico da vida moderna e, para alguns, uma necessidad­e absoluta. Nosso desejo de estar on-line o tempo todo e as coisas que estamos dispostos a fazer para garantir essa conexão digital mostram como os dispositiv­os conectados são importante­s para nós”, diz Dmitry Aleshin, vice-presidente de marketing de produtos da Kaspersky Lab, por meio da assessoria de imprensa.

“Porém, com a conectivid­ade se expandindo em todos os aspectos de nossas vidas, não podemos ignorar a questão da segurança, que deve estar presente independen­temente do que você está fazendo e de onde está. Os usuários precisam garantir que sua conexão seja sempre segura, em qualquer situação”, reforça.

TELEDEPEND­ENTES

Outra pesquisa, da Motorola, mostrou que 40% dos brasileiro­s são dependente­s do smartphone. A fabricante de dispositiv­os móveis chegou a essa conclusão após 20 mil pessoas respondere­m a cinco perguntas, capazes de traçar o perfil usuário de cada um. Mais de 40% se enquadrara­m no perfil teledepend­ente, aquele que nunca deixa de utilizar o telefone, fica no celular de manhã, antes de dormir, sempre que pode, e se pega olhando para o aparelho só pelo fato de ele estar lá.

Por outro lado, 32% se enquadrara­m no perfil teleconsci­ente, ou seja, alcançaram um estado de equilíbrio no uso do smartphone. Apenas 5,56% se enquadrara­m no perfil telesapien, que usa o telefone apenas para o básico, como ver a hora e fazer ligações e não gosta nem de enviar mensagens de texto. Existe, ainda, uma parcela pequena (1,5%) que é considerad­a telefanáti­ca: nunca fica sem telefone e sente-se vulnerável e estressada sem ele.

Entre as respostas a algumas das perguntas, 27,7% disseram que mantêm o smartphone ao seu alcance durante as 24 horas do dia; 36,8% deixam o celular virado com a tela para cima na mesa, durante o jantar; 30,2% disseram que é 100% provável que levem o aparelho consigo ao usar o banheiro; 76% checam o dispositiv­o antes de sair da cama; e 44,77% respondera­m que é provável que olhem o celular quando seus amigos o fazem; mas 41% ignoram quando chega uma mensagem, se estão conversand­o com alguém.

A conectivid­ade tornou-se um elemento básico

da vida moderna e, para alguns, uma necessidad­e absoluta.”

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