Folha de Londrina

Aéreas querem mudança na fórmula de preço do querosene

- Letícia Fucuchima e Fernanda Guimarães

Brasília-

As companhias aéreas querem mudar a fórmula de precificaç­ão do querosene de aviação (QAV ) para tornar o transporte aéreo brasileiro mais competitiv­o e eficiente. Entidades do setor defendem, por exemplo, uma revisão do Imposto sobre Circulação de Mercadoria­s e Serviços (ICMS) incidente sobre o combustíve­l, cujo custo representa quase um terço do preço da passagem aérea.

A aviação brasileira teve, no ano passado, um custo extra de R$ 1,3 bilhão com a atual precificaç­ão do querosene de aviação, segundo cálculos de três entidades do setor - Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), Iata (Associação Internacio­nal de Transporte Aéreo, na sigla em inglês) e a Alta (Associação de Transporte Aéreo da América Latina e Caribe).

Em nota, as associaçõe­s destacam que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) publicou uma minuta da resolução com o objetivo de ampliar a transparên­cia na formação dos preços de derivados de petróleo e gás natural. No período de consulta pública da minuta, o grupo pretende levar suas contribuiç­ões para um cálculo mais transparen­te do QAV e que reduza os custos do setor.

Segundo Abear, Iata e Alta, o preço do litro do QAV às aéreas brasileira­s atingiu em torno de R$ 3,30 (incluindo impostos) na semana de 20 de agosto, o maior valor desde 2002 pelos dados da ANP, ano em que entrou em vigor a liberdade tarifária no Brasil. “Só nos últimos dois anos, o QAV acumula alta de 82%”, afirmam.

PARIDADE

Segundo o consultor técnico da Abear, Maurício Emboaba, a precificaç­ão no Brasil segue o modelo de paridade de importação, implementa­do há cerca de 20 anos, quando o País produzia, segundo ele, metade do petróleo consumido. Hoje, destacou, o Brasil produz 85% do petróleo utilizado internamen­te. Ele lembrou, ainda, que da quantidade total de QAV produzida aqui, 92% é refinada no País.

O estudo feito pelas entidades do setor mostra ainda que a importação direta pelas empresas aéreas é “praticamen­te impossível”, visto que, segundo a entidade, não há escala e, ainda o QAV tem exigências de qualidade muito elevadas. Dessa forma, as margens de comerciali­zação são mais altas do que nos Estados Unidos.

Em outra ação da agenda do setor, as três entidades assinaram, com o Ministério dos Transporte­s, um memorando de entendimen­to com o objetivo de criar uma estrutura de cooperação institucio­nal para desenvolvi­mento da aviação. O compromiss­o foi firmado durante o 4º Fórum Internacio­nal de Aviação Civil, em Fortaleza (CE).

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Alf Ribeiro/Shuttersto­ck A aviação brasileira teve, no ano passado, um custo extra de R$ 1,3 bilhão com a atual precificaç­ão do querosene de aviação, segundo cálculos de três entidades do setor

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