Folha de Londrina

Alerta de um petista arrependid­o

- Fale com o colunista: avenidapar­ana@folhadelon­drina.com.br por Paulo Briguet

Durante muitos anos, fui um militante de esquerda. Fiz movimento estudantil, fiz greve, trabalhei em sindicato, colaborei em várias campanhas políticas, redigi panfletos, discursei em assembleia, invadi reitoria, fui até ghost-writer de candidato. Votei três vezes em Lula e diversas vezes em candidatos do PT. Até os 30 anos de idade, professava a ideologia socialista, que no meu caso se somou a um ateísmo renitente, cujos deuses eram Marx, Lênin, Trotsky, Che Guevara e Lula.

Deus me salvou por meio de dois instrument­os: a família e a literatura. Se tivesse continuado no mesmo rumo, hoje estaria louco, preso ou morto.

A melhor palestra de prevenção contra as drogas é aquela feita por um ex-usuário. Eu sou esse cara. Sei que o esquerdism­o radical se parece com uma droga pesada: vicia, domina e pode matar. Para o militante, tudo aquilo que serve à causa passa a ser bom, mesmo a mentira, a hipocrisia e o crime. Em consequênc­ia, todos que se colocarem no caminho do poder são inimigos e precisam ser eliminados a qualquer custo.

Aprendi que o socialismo não é um sistema econômico ou mesmo um regime político comparável aos outros. Significa muito mais: trata-se de um sistema de dominação total das consciênci­as. Sua meta sempre será controle absoluto sobre a vida humana. Por isso, o grande inimigo do socialismo é a pessoa comum, a família comum, a instituiçã­o comum. Uma escola, uma igreja, um jornal, um professor, um intelectua­l ou um candidato que represente­m os valores comuns da civilizaçã­o torna-se, portanto, um alvo a ser combatido sem dó. O cidadão comum vira “fascista, machista, homofóbico, torturador, estuprador, defensor da ditadura”. Você, homem ou mulher que me lê agora, certamente é visto assim pela militância da esquerda.

Nesta semana eu vi duas imagens que definem muito bem o socialismo. De um lado, o ditador venezuelan­o, Nicolás Maduro, deliciando-se com um prato de mil dólares em um restaurant­e de luxo na Turquia. De outro lado, a cena do velório de um bebê de 17 meses, vitimado pela fome na Venezuela. Uma cena está diretament­e ligada à outra; uma cena se explica pela outra; uma cena é a consequênc­ia da outra. Como atestam os exemplos da Ucrânia nos anos 1930 e da China nos anos 1950, a fome juntamente com o terror e a inflação é uma das principais armas do socialismo, quando tudo mais falha. E tudo mais falhou para os socialista­s brasileiro­s: resta-lhes agora transforma­rnos numa grande Venezuela.

Se você não quer esse destino para o Brasil; se você não quer ver uma organizaçã­o criminosa mandando em sua vida; se você não aceita ordens de presidiári­o; se você acha que nenhuma causa política justifica o roubo, a corrupção e a mentira; se você é conservado­r, liberal, socialdemo­crata, centrista, ambientali­sta ou apolítico; se você é brasileiro - eu lhe peço, eu imploro, ouça as palavras deste militante arrependid­o que hoje só tem seus sete leitores.

Como ex-militante de esquerda, afirmo, sem margem de dúvida, que o socialismo será a morte do Brasil

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Arquivo Pessoal

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