Na AL, tudo deve permanecer como está
Curitiba
- De acordo com cientista político e professor da UFPR Emerson Cervi, a tendência é de que não haja mudanças no relacionamento do Executivo com o Legislativo. Isso porque os dois primeiros colocados nas pesquisas eleitorais, Ratinho Jr. (PSD) e Cida Borghetti (PP), faziam parte da aliança que ajudou a eleger e reeleger Beto Richa (PSDB). “Cada um dos dois tem pelo menos a metade dos partidos que pertenciam à coligação original. Não são outsiders do sistema. Ou seja, não terão problemas em lidar .”
Na avaliação dele, ao que tudo indica a taxa de reeleição dos parlamentares será mais alta que a média histórica. “Deputados que hoje são colegas do Ratinho e estão na base continuarão sendo os mesmos. A campanha foi muito curta, muito ‘invisível’, favorecendo os candidatos à reeleição. Está havendo também uma desproporção grande de distribuição de recursos de campanha. Candidatos que já são políticos têm mais acesso ao fundo partidário; sem contar que não existe mais limite de uso do próprio dinheiro”.
Segundo Cervi, do ponto de vista do Executivo, essa manutenção da base é positiva. Entretanto, para a sociedade costuma ser ruim. “Uma das funções do Legislativo é fiscalizar. Se você tem uma relação muito próxima, fica mais difícil. Foi o que aconteceu no atual mandato . uma bancada muito grande de deputados governistas, todos os partidos com representação no Executivo e secretários indicados. Ao final do governo, o Ministério Público teve de fazer uma série de operações, com manancial de provas. A Assembleia foi incapaz de dar uma resposta à sociedade, quando deveria estar fiscalizando os gastos públicos”.