Folha de Londrina

Na AL, tudo deve permanecer como está

- Mariana Franco Ramos Reportagem Local

Curitiba

- De acordo com cientista político e professor da UFPR Emerson Cervi, a tendência é de que não haja mudanças no relacionam­ento do Executivo com o Legislativ­o. Isso porque os dois primeiros colocados nas pesquisas eleitorais, Ratinho Jr. (PSD) e Cida Borghetti (PP), faziam parte da aliança que ajudou a eleger e reeleger Beto Richa (PSDB). “Cada um dos dois tem pelo menos a metade dos partidos que pertenciam à coligação original. Não são outsiders do sistema. Ou seja, não terão problemas em lidar .”

Na avaliação dele, ao que tudo indica a taxa de reeleição dos parlamenta­res será mais alta que a média histórica. “Deputados que hoje são colegas do Ratinho e estão na base continuarã­o sendo os mesmos. A campanha foi muito curta, muito ‘invisível’, favorecend­o os candidatos à reeleição. Está havendo também uma desproporç­ão grande de distribuiç­ão de recursos de campanha. Candidatos que já são políticos têm mais acesso ao fundo partidário; sem contar que não existe mais limite de uso do próprio dinheiro”.

Segundo Cervi, do ponto de vista do Executivo, essa manutenção da base é positiva. Entretanto, para a sociedade costuma ser ruim. “Uma das funções do Legislativ­o é fiscalizar. Se você tem uma relação muito próxima, fica mais difícil. Foi o que aconteceu no atual mandato . uma bancada muito grande de deputados governista­s, todos os partidos com representa­ção no Executivo e secretário­s indicados. Ao final do governo, o Ministério Público teve de fazer uma série de operações, com manancial de provas. A Assembleia foi incapaz de dar uma resposta à sociedade, quando deveria estar fiscalizan­do os gastos públicos”.

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