A eleição da polarização vai para o segundo turno
Aeleição da incerteza segue agora para o segundo turno em âmbito nacional. A oitava disputa pelo cargo de presidente da República, desde a redemocratização, foi a mais polarizada da história do País. Jair Bolsonaro, do PSL, e o petista Fernando Haddad têm até o dia 28 de outubro para convencerem o eleitorado de que podem levar o Brasil à retomada do crescimento econômico e a um outro desafio grandioso: a governabilidade. Assegurar uma base coesa será fundamental para implantar as mudanças necessárias para que a nação entre nos trilhos. Saiu de cena a tradicional rivalidade entre PT e PSDB, tão forte nas últimas eleições. O voto conservador foi para Jair Bolsonaro, do PSL, que conseguiu 47% dos votos. Haddad alcançou 27%.
O primeiro turno foi marcado por peculiaridades e surpresas na reta final. Quando as pesquisas de boca de urna começaram a ser divulgadas, a partir das 17 horas deste domingo (7), o brasileiro já constatou que as previsões das pesquisas não se confirmaram em vários Estados. É o caso do senador do MDB Roberto Requião, que figurou em primeiro lugar no pleito pelo senado durante toda a campanha, mas terminou em terceiro lugar. O Professor Oriovisto, do Podemos, vai para Brasília ao lado do já experiente Flávio Arns, da Rede. Sem surpresas foi a eleição de Ratinho Júnior para o Palácio Iguaçu. Ele liderou desde as primeiras prévias e 60% por cento dos eleitores paranaenses colocaram o deputado estadual do PSD à frente do executivo estadual a partir de 2019.
O processo eleitoral marcado pela desinformação durante todo o primeiro turno teve o compartilhamento em excesso de fake news também no dia da eleição. Infelizmente, não deverá ser diferente no segundo turno. Boatos e mentiras foram usados para turbinar a campanha de candidatos. E não se iluda quem pensa que isso vai mudar. O brasileiro continuará sendo bombardeado por boatos e inverdades até que o resultado oficial seja divulgado, no dia 28 de outubro. O antídoto contra as fake news está ao alcance de todos na forma de informação jornalística de qualidade, mais necessária do que nunca.
Outra peculiaridade deste pleito que deverá ditar as regras das próximas eleições municipais, em 2020: a campanha e o debate deixam a tela da televisão e migram para as redes sociais.
O segundo turno já está nas ruas e nos grupos de WhatsApp. Que transcorra em paz e no debate das ideias. O Brasil precisa de propostas e que o novo presidente tenha uma postura governamental e de conciliação perante à sociedade. A capacidade de liderar e unir diferenças será o grande desafio de Bolsonaro ou Haddad.
O Brasil precisa de propostas e que o novo presidente tenha uma postura governamental e de conciliação perante à sociedade