Fuga da rotina pesada é essencial
Os escapes funcionam como uma fuga da rotina de estresse do trabalho e são estratégias defensivas para a saúde mental. O alerta é da psicóloga Rosely Jung Pisicchio, docente do departamento de Psicologia Social e Institucional da Universidade Estadual de Londrina (UEL). “É o que acontece quando aquele funcionário do call center desliga o sistema por um minuto. Nesse momento de respiro ele está cuidando da saúde dele. A empresa precisa criar estratégias.”
Rodas de conversa e futebol na empresa são algumas das atividades sugeridas por Rosely para ajudar os funcionários a lidarem com a alta carga de estresse. “Uma gestão mais participativa, mais humana, vai perceber quando um workaholic está se excedendo e chamá-lo para rever, fazer um planejamento”, acredita. A maior incidência de estresse elevado tem levado as empresas a se preocuparem mais com a questão, porém, o índice de organizações com gestões mais humanizadas ainda é baixo, segundo a psicóloga.
“Acho que hoje cerca de 30% das empresas são mais humanizadas, preocupadas com a gestão de pessoas, mas ainda tem 70% que não se preocupam com isso, tanto no setor público quanto no privado”, opina. O uso intensivo da tecnologia também colabora para que a pessoa se relacione mal com a questão do trabalho. “Apesar da tecnologia ter nos auxiliado em muitas coisas é tudo muito rápido, você tem que dar respostas rápidas, e as pessoas esperam isso”.
Pelo viés da psicologia, Rosely afirma que o ideal seria o desenvolvimento de trabalhos preventivos dentro das organizações, orientando funcionários a buscarem ajuda especializada quando a mente e o corpo começam a dar sinais de alta carga de estresse. “As empresas humanizadas, com ambientes mais amenos, com um despertar coletivo, geralmente têm mais possibilidade de ajustar isso, de fazer um trabalho de prevenção”, finaliza.