Em Londrina, Alvaro Dias diz que não apoiará ninguém no 2o turno
"Não colocarei minha digital no desastre", disse o candidato à presidência da República pelo Podemos
Ocandidato à presidência da República pelo Podemos, Alvaro Dias, votou por volta das 9h30 de domingo (7), no Colégio Mãe de Deus, no centro de Londrina. Ele estava acompanhado por apoiadores e o ex-prefeito da cidade, Alexandre Kireeff. É a primeira vez, desde a redemocratização, que Londrina tem um presidenciável com domicílio eleitoral na cidade.
Ele conversou com a imprensa antes de seguir para Curitiba, onde acompanhou em casa, o resultado das urnas. Alvaro fez críticas à polarização na corrida presidencial e sinalizou que não votará se houver 2° turno. “Não colocarei minha digital no desastre, na tragédia, no caos. É um direito que tenho de não votar”.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de apoio a algum candidato em 2° turno, Dias falou que qualquer sinalização é um desrespeito à lei eleitoral que, segundo ele, foi o que ocorreu nas campanhas desse ano.
“Muitos rasgaram a lei nessa campanha, inclusive as emissoras de TV. Todos têm que ter espaço igual e não tiveram. Alguns foram escolhidos e outros discriminados. Essa campanha foi a síntese do que é o Brasil: o país da desigualdade. O País vive um momento de nervosismo político, conflituoso. Temos que desejar que o resultado dessa eleição não seja uma tragédia para o Brasil”, afirmou.
Dias defendeu o voto facultativo, citando um projeto de sua autoria no Senado que “institui o direito ao eleitor de não votar se achar que o candidato que não atende às suas expectativas e às necessidades do País. O voto facultativo é salto civilizatório. Tenho esse projeto há anos e não consigo aprovar no Congresso Nacional”.
Ele também falou que mesmo não saindo vitorioso, comemora o fato de que com 42 anos de mandato possui vida limpa e que continuará contribuindo no Senado com um trabalho crítico e independente.
“Não sei se será possível comemorar a vitória do Brasil nessas eleições, mas devemos vestir a camisa verde e amarela e acreditar no futuro do País, que é extremamente rico e castigado por injustiças”, salientou.
Sobre o Senado, Dias disse que cumprirá o dever até o fim. “Vou continuar dando minha contribuição no Senado, com um mandato crí- tico, independente, falando a verdade como sempre fiz, mas agora com ainda mais coragem e determinação”, apontou.
Nas pesquisas para presidente, Alvaro Dias (Pode) aparecia com 1% a 2% nas intenções de voto. Ele foi governador do Paraná (1987-1991) e também ocupou cargos de deputado federal, estadual e vereador. O vice de sua chapa à presidência é o economista Paulo Rabello de Castro, expresidente do BNDES.
Dias vota desde a década de 1970 em Londrina, onde se formou em História pela UEL (Universidade Estadual de Londrina). “Devo muito a Londrina, que foi onde tudo começou. Eu respeito essa origem e volta sempre não só para votar, mas para abraçar a cidade”, comentou.