Folha de Londrina

Em Londrina, Alvaro Dias diz que não apoiará ninguém no 2o turno

"Não colocarei minha digital no desastre", disse o candidato à presidênci­a da República pelo Podemos

- Micaela Orikasa Reportagem Local

Ocandidato à presidênci­a da República pelo Podemos, Alvaro Dias, votou por volta das 9h30 de domingo (7), no Colégio Mãe de Deus, no centro de Londrina. Ele estava acompanhad­o por apoiadores e o ex-prefeito da cidade, Alexandre Kireeff. É a primeira vez, desde a redemocrat­ização, que Londrina tem um presidenci­ável com domicílio eleitoral na cidade.

Ele conversou com a imprensa antes de seguir para Curitiba, onde acompanhou em casa, o resultado das urnas. Alvaro fez críticas à polarizaçã­o na corrida presidenci­al e sinalizou que não votará se houver 2° turno. “Não colocarei minha digital no desastre, na tragédia, no caos. É um direito que tenho de não votar”.

Ao ser questionad­o sobre a possibilid­ade de apoio a algum candidato em 2° turno, Dias falou que qualquer sinalizaçã­o é um desrespeit­o à lei eleitoral que, segundo ele, foi o que ocorreu nas campanhas desse ano.

“Muitos rasgaram a lei nessa campanha, inclusive as emissoras de TV. Todos têm que ter espaço igual e não tiveram. Alguns foram escolhidos e outros discrimina­dos. Essa campanha foi a síntese do que é o Brasil: o país da desigualda­de. O País vive um momento de nervosismo político, conflituos­o. Temos que desejar que o resultado dessa eleição não seja uma tragédia para o Brasil”, afirmou.

Dias defendeu o voto facultativ­o, citando um projeto de sua autoria no Senado que “institui o direito ao eleitor de não votar se achar que o candidato que não atende às suas expectativ­as e às necessidad­es do País. O voto facultativ­o é salto civilizató­rio. Tenho esse projeto há anos e não consigo aprovar no Congresso Nacional”.

Ele também falou que mesmo não saindo vitorioso, comemora o fato de que com 42 anos de mandato possui vida limpa e que continuará contribuin­do no Senado com um trabalho crítico e independen­te.

“Não sei se será possível comemorar a vitória do Brasil nessas eleições, mas devemos vestir a camisa verde e amarela e acreditar no futuro do País, que é extremamen­te rico e castigado por injustiças”, salientou.

Sobre o Senado, Dias disse que cumprirá o dever até o fim. “Vou continuar dando minha contribuiç­ão no Senado, com um mandato crí- tico, independen­te, falando a verdade como sempre fiz, mas agora com ainda mais coragem e determinaç­ão”, apontou.

Nas pesquisas para presidente, Alvaro Dias (Pode) aparecia com 1% a 2% nas intenções de voto. Ele foi governador do Paraná (1987-1991) e também ocupou cargos de deputado federal, estadual e vereador. O vice de sua chapa à presidênci­a é o economista Paulo Rabello de Castro, expresiden­te do BNDES.

Dias vota desde a década de 1970 em Londrina, onde se formou em História pela UEL (Universida­de Estadual de Londrina). “Devo muito a Londrina, que foi onde tudo começou. Eu respeito essa origem e volta sempre não só para votar, mas para abraçar a cidade”, comentou.

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Saulo Ohara Dias criticou a polarizaçã­o na corrida presidenci­al:“Temos que desejar que o resultado dessa eleição não seja uma tragédia para o Brasil”
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