PR elege Ratinho Jr. já no primeiro turno

Filho de comunicador, ex-secretário de Beto Richa será o governador mais jovem a chefiar o Estado desde a redemocratização

Curitiba

- Ratinho Junior (PSD), eleito governador do Paraná aos 37 anos, é o mais novo político da história do Estado desde a redemocratização a assumir a cadeira no Palácio Iguaçu. A vitória veio no primeiro turno neste domingo (7) com 3.210.574 ou 60% dos votos válidos após 100% das urnas apuradas. Duas horas depois do termino da votação, o deputado estadual licenciado já estava na sede TRE (Tribunal Eleitoral do Paraná), em Curitiba, comemorando a conquista.

Como governador eleito disse que a vitória foi um recado dos eleitores aos políticos tradicionais. “Uma mudança de conceito que foi demonstrada nas urnas. Nosso compromisso desse time, que é técnico, é que o Paraná possa ser considerado o estado mais moderno do Brasil. Eu tenho a esperança de que vamos resgatar a confiança na política pelo Paraná”, disse o filho do apresentador de TV Carlos Massa, o Ratinho, que na eleição municipal de 2012 não conseguiu se eleger prefeito de Curitiba.

A vitória neste domingo (7) foi por uma larga vantagem da governadora Cida Borghetti (PP), que terminou com 831.275 votos (15,54%), e de João Arruda (MDB), que recebeu 705.930 votos (13,19%). Dr. Rosinha (PT) ficou em quarto lugar, com 8,64% dos votos. Professor Piva (PSOL) teve 1,09% dos votos, e Professor Jorge Bernardi (Rede) ficou com 1%. Os outros candidatos conseguiram menos de 1% dos votos. Com a candidatura indeferida com recurso no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Ogier Buchi (PSL) não teve os votos contabilizados. As abstenções chegaram a 1.303.604 (16,98% do eleitorado).

CAMPANHA

Beneficiado com a saída de Osmar Dias (PDT), Ratinho Junior largou na frente em todas as pesquisas desde o início da campanha. Mesmo tento ocupado a Secretaria de Desenvolvimento Urbano de Beto Richa (PSDB), de 2013 a 2017, tentou se descolar da imagem do exgovernador, que foi engolido por denúncias de corrupção. Questionado pela FOLHA se manteria antigos aliados de Richa no futuro governo, Ratinho Junior negou. “Não. Nós não temos compromisso com ninguém. Nós vamos montar nossa equipe agora.”

O deputado estadual, que se licenciou da Assembleia Legislativa para concorrer ao governo, disse que pretende iniciar a transição com a governadora na próxima semana. “Eu quero já definir alguns nomes, secretários que irão compor essa transição.” Questionado sobre a intervenção no pedágio convocada às vésperas das eleições por Cida Borghetti para estancar os danos da Operação Integração, o governador eleito disse que considerou a medida eleitoreira. “Não acho que tenha resultado prático. Vamos esperar a Justiça se posicionar e vamos buscar saber se esse contrato pode ser mantido ou não.”

Entre as primeiras medidas, voltou a repetir a principal promessa de campanha de redução da maquina pública, número de comissionados, prédios alugados e secretarias. “O fato de diminuir secretarias não quer dizer que vamos diminuir políticas públicas para as áreas, é a questão de custo.” Outras prioridades elencadas estão na saúde, segurança e educação. Ele também pretende sinalizar para este ano na Assembleia Legislativa leis que possam facilitar parcerias público-privada no Governo do Estado.

PALANQUE

Eleito com larga vantagem no Paraná, Ratinho Junior anunciou que deverá apoiar o candidato Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno das eleições nacionais. “Eu tive o apoio dele, meu posicionamento será em prol da campanha dele.” Ao lado do Oriovisto Guimarães (Podemos), Ratinho Junior elogiou a composição da bancada paranaense no Senado, com o fundador do grupo Posivo e com Flavio Arns (Rede). “São duas pessoas íntegras, sérias, que acima de tudo são apaixonadas pelo Paraná. Isso vai nos ajudar muito a fortalecer nosso relacionamento em Brasília, já que há muito tempo os senadores não se entendiam entre si e não colaboravam com o Estado. Meu compromisso é unir as forças políticas do Paraná.”