Oriovisto e Arns surpreendem e ficam com as duas vagas no Senado
Pesquisas mostravam ambos atrás de Requião e próximos de Richa nas pesquisas. O emedebista ficou em terceiro e o tucano, em sexto
Oriovisto Guimarães (Podemos) e Flávio Arns (Rede) surpreenderam na reta final e ficaram com as duas vagas do Paraná no Senado, desbancado os ex-governadores Roberto Requião (MDB) e Beto Richa (PSDB), que ficaram na terceira e na sexta colocações respectivamente.
Com 99,97% das seções apuradas, o Professor Oriovisto marcou 29,17% dos votos, e Arns, 23%. Requião acabou com 15,08%. Já Richa, com 377.738 mil votos, teve um desempenho ainda mais baixo do que as pesquisas de intenção de voto apontavam na última semana: terminou com 3,73% dos votos, atrás de Alex Canziani (PTB) e Mirian Gonçalves (PT). Oriovisto fez 2.956.384 de votos.
“É claro que eu tinha esperança de sair vitorioso, mas eu recebi com uma satisfação enorme”, disse Guimarães ao ser questionado se houve surpresa com o resultado. Ele falou à imprensa ao lado de Ratinho Junior (PSD), no TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral do Paraná), por volta das 19h20 de domingo (7), depois de uma entrada tumultuada no prédio, que estava lotado de apoiadores.
“Essa identificação da população com a minha mensagem é algo que me deixa com ainda mais fé de que vou poder realmente lutar por essas propostas no Senado. Acho que o povo está falando isso, claramente, com a votação que eu tive”, comemorou.
O senador eleito disse que, ao lado de Alvaro Dias (Pode) e de Arns, formará “um time de senadores como o Paraná nunca teve: coesos, brigando, pleiteando para ajudar o Estado com tudo o que a gente puder trazer”, disse.
Em nível nacional, Guimarães disse que seu principal compromisso será no combate à corrupção, juntamente com a agenda de reformas. Ele deixou implícito que apoiará o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno ao afirmar que espera que o PT não esteja na Presidência. “Não sendo o PT, vai ser fácil trabalhar. Acho que o Brasil está cobrando decisão, solução. A partir de 1.º de janeiro, o Paraná e o Brasil serão outro estado e outro país. Quero atuar nesse sentido”, disse.
REVISANDO AS PESQUISAS
Flávio Arns chegou ao TREPR cerca de 25 minutos depois de Ratinho Junior e do Professor Oriovisto. Lembrado sobre a campanha de 2002, em que se elegeu mesmo com pesquisas de intenção o colocando na quarta colocação, Arns disse que os levantamentos precisam ser revistos.
“Indo para o Paraná todo, a gente via alegria, disposição do povo todo. A gente chegava aos municípios e pessoas de todos os partidos políticos vindo juntos na reunião, no debate, na discussão. A pesquisa não apontava isso, mas a gente sabia que a força era grande”, disse.
O senador eleito destacou que sua campanha foi sustentada por voluntários. “Foi uma campanha de boca em boca, pessoa em pessoa, cada uma sendo um comitê”, contou.
Ele lamentou a trajetória de Beto Richa (PSDB) na campanha, de quem foi vice-governador entre 2010 e 2014. “A gente espera que ele também possa apresentar todas as suas razões - tenho certeza de que ele vai fazer. Agora é pensarmos que o Brasil tem de ser passado a limpo. E, de um jeito ou de outro, a gente tem de enaltecer o trabalho valoroso, bonito da magistratura, do Ministério Público, da Polícia Federal, do Gaeco. Porque o que a população mais quer é transparência, lisura, honestidade, valores”, disse.
Arns não se posicionou pessoalmente sobre a campanha presidencial, nem apontou qual deve ser a postura da Rede Sustentabilidade no segundo turno.
“A gente espera, também, que o resultado favoreça o Brasil, sempre. Nós, no Senado, temos de fazer um bom trabalho, sempre, de negociação, de diálogo, de entendimento com o governo federal”, respondeu.