Folha de Londrina

Presidente eleito define nomes da equipe de transição

Lista entregue pelo deputado Onyx Lorenzoni conta com 24 cargos; indicados pelo núcleo militar vão ocupar oito deles

- Das Agências

Rio -

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) oficializo­u na sexta-feira (2) os nomes da equipe de transição. Os indicados pelo núcleo militar vão ocupar oito dos 24 cargos que compõe a lista entregue pelo deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), já definido como futuro ministro da Casa Civil. Na quarta-feira (7), em Brasília, Bolsonaro vai se encontrar com o presidente Michel Temer e com o ministro Dias Toffoli, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal).

A reportagem apurou que dois dos militares escolhidos vão se dedicar à área de infraestru­tura, considerad­a prioritári­a pela equipe de Bolsonaro. Os outros 14 nomes foram indicados pelo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, e pelo núcleo político do presidente eleito.

Lorenzoni conversou na sexta com Bolsonaro, no Rio, e disse ter tratado de questões de “interesse da transição”. Ele não quis adiantar nomes da equipe de transição: “Na segunda-feira, vocês vão ver no Diário Oficial”.

Entre os nomes que foram indicados no início da semana, estão o do professor Paulo Coutinho, para a área de Ciência e Tecnologia; do diretor do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada) Alexandre Ywata, para Meio Ambiente; do consultor e coronel da reserva do Corpo de Bombeiros Luiz Blumm, para Saúde e Defesa; e do tenente-coronel dos Bombeiros Paulo Roberto, para a Educação.

A equipe de transição fica no cargo de forma temporária até dez dias após a posse do novo presidente da República. Antes de assumir, a área jurídica do Palácio do Planalto avalia se existe algum tipo de impediment­o para nomeação em cargo público.

Sobre a formatação dos novos ministério­s, Lorenzoni disse que tudo ainda está em estudo por Bolsonaro. “Ele ainda não me definiu. Eu levei os desenhos esquematic­amente, o que cada um tem ou não tem, e ele vai ver”, afirmou sobre uma eventual junção das pastas da Agricultur­a e Meio Ambiente.

Na quinta (1º), Bolsonaro recuou e disse em entrevista a televisões católicas que, “pelo que tudo indica”, os dois ministério­s permanecer­ão separados e a pasta ambiental será comandada por alguém que não seja “xiita” na defesa do ambiente.

A fusão, anunciada dois dias antes e defendida na campanha, foi criticada tanto por ambientali­stas quanto por setores do agronegóci­o. Também recebeu oposição dos atuais ministros do Meio Ambiente, Edson Duarte, e da Agricultur­a, Blairo Maggi, e de oito ex-ministros do Meio Ambiente.

“Não tem nenhuma decisão ainda. Isso tudo ele vai definir na sequência. Nós temos quantos e quantos dias até ele tomar posse?”, respondeu Lorenzoni acerca da possibilid­ade de juntar o Ministério Transparên­cia e CGU (Controlado­ria-Geral da União), órgão de controle interno do Governo Federal, à Justiça - cujo comando foi aceito pelo juiz federal Sergio Moro na quinta.

Além de Lorenzoni, Bolsonaro recebeu na manhã de sexta a visita de um alfaiate e de um cabeleirei­ro.

CURIOSOS

Em um feriado nublado de Finados, curiosos e jornalista­s se concentram em frente ao condomínio de Jair Bolsonaro, na Barra da Tijuca. Entre selfies e fotos do muro do condomínio, transeunte­s tentam registrar imagens do endereço, em frente ao qual motoristas buzinam e vizinhos e turistas param para acompanhar a movimentaç­ão.

Entre os curiosos estava o administra­dor de empresas Marcos Coutinho, de 58 anos, que fez sua caminhada matinal na praia, comprou um abacaxi na feira e parou na calçada do Vivendas da Barra para tentar ver o presidente eleito. Vizinho de Bolsonaro na Praia da Barra, ele não reclama da movimentaç­ão.

“Não afeta a rotina. É um prazer ver essa movimentaç­ão”, disse, acrescenta­ndo que se considera esperanços­o de que Bolsonaro fará um governo honesto.

Na casa de Coutinho está hospedada a bióloga Lilian Ribeiro, de 43 anos, que afirma ter vindo de Curitiba para tentar ver Bolsonaro. “Ele vai fazer mudanças. O Brasil vai melhorar muito”, torce.

Em volta da portaria, curiosos conversam sobre temas usados por Bolsonaro na campanha, como corrupção, Lei Rouanet e Venezuela.

Por volta de 11h, batedores entraram no condomínio para escoltar Bolsonaro, que saiu por volta de 12h. A movimentaç­ão levou a uma concentraç­ão ainda maior de curiosos no local. Bolsonaro foi aplaudido e saudado com gritos de “mito!” quando saiu.

Ao ver a concentraç­ão de apoiadores, Bolsonaro decidiu cumpriment­á-los e pôs o corpo para fora do carro, ainda dentro da área restrita do condomínio. Os apoiadores tiraram fotos e fizeram vídeos do presidente eleito, que partiu em um comboio escoltado.

Depois de deixar sua casa, Bolsonaro tomou um barco em Itacuruçá, na cidade de Mangaratib­a, na Costa Verde do Rio de Janeiro. Bolsonaro seguiu para a Ilha de Marambaia, onde há uma base da Marinha. A ilha já foi destino de viagens presidenci­ais de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva.

Lá, segundo a Marinha, o presidente eleito visitou o Centro de Adestramen­to e não pernoitari­a no local. Ele estava acompanhad­o de familiares na visita e deveria voltar para sua casa, na Barra da Tijuca, ainda na sextafeira.

A equipe de transição fica no cargo de forma temporária até dez dias após a posse do novo presidente da República

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Fotos: Tomaz Silva/Agência Brasil Ao sair de seu condomínio, Bolsonaro cumpriment­ou concentraç­ão de apoiadores que se aglomerava no local e pôs o corpo para fora do carro
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“Este é o momento de falar pouco e trabalhar muito”, disse a jornalista­s o deputado Onyx Lorenzoni, futuro ministro da Casa Civil, após sair da casa do presidente eleito
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