Zona de Amortecimento
A Zona de Amortecimento (ZA) do Parque Estadual Mata dos Godoy tem provocado intensos debates e está presente nas principais pautas quando o assunto é o desenvolvimento do município de Londrina. Entendemos que para quem mora ou quer investir neste espaço, o raio de preservação é muito extenso e prejudica o desenvolvimento da cidade.
Também chamada de “Zona Tampão”, a Zona de Amortecimento é uma área estabelecida ao redor de uma unidade de conservação com o objetivo de filtrar os impactos negativos das atividades que ocorrem fora dela, como ruídos, poluição, espécies invasoras e avanço da ocupação humana, especialmente nas unidades próximas a áreas intensamente ocupadas.
A Zona de Amortecimento foi criada pelo artigo 2º, inciso XVIII da Lei nº 9.985/2000, que a define como o “entorno de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade”.
A paisagem da Zona de Amortecimento do Parque
Estadual Mata dos Godoy caracteriza-se por uma ocupação predominantemente agrícola, com culturas anuais, especialmente de grãos, como soja, milho e trigo em maior escala ao norte e ao leste, e pecuária ao sul e ao oeste.
Desde 2002, a área compreende 163,00 km2 (55.000 hectares) abrangendo estradas (leste), áreas rurais (oeste) e recursos hídricos (norte/sul) como delimitação, e ainda, áreas de florestas.
Há três anos, um estudo, formulado pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP), apontou a necessidade da redução da Zona de Amortecimento para 133 quilômetros quadrados (39.000 hectares), mas grupos ambientalistas conseguiram na Justiça uma liminar que travou o andamento da proposta. Esta, a nosso ver, não é a melhor forma de resolver a questão. A judicialização é o pior caminho. Deveríamos resolver essa questão pela conversa e por meio de ações técnicas.
Precisamos perceber que Londrina cresceu muito nos últimos anos e está praticamente encostada em outros municípios. Não temos muita área para expandirmos, para desenvolvermos a agricultura e a indústria. É preciso olhar para esta Zona de Amortecimento com responsabilidade. Somos favoráveis à redução do tamanho da área, para futuros empreendimentos, mas isso não quer dizer que somos contra a preservação ambiental.
Entendemos ainda que o desenvolvimento sustentável, como se preconiza, prevê os pilares econômico, social e ambiental. Isso significa que precisa haver um equilíbrio entre todos estes pontos para que realmente possamos avançar na retomada do crescimento. Não podemos olhar só a parte ambiental, mas ter sensibilidade para ver a questão como um todo.
Neste jogo, cada um tem o seu papel, mas a melhor solução é contribuir para que o município continue gerando empregos e impostos sem prejudicar o ambiente. O bom senso é o caminho para que haja harmonia entre desenvolvimento e ambiente.
Acreditamos que a cidade não pode prescindir de uma região tão grande. Para resolver esta questão, defendemos o diálogo com todas as instituições interessadas, por entender que o assunto demanda profissionalismo, boa vontade política e colaboração da sociedade em geral.
O bom senso é o caminho para que haja harmonia entre desenvolvimento e ambiente