Folha de Londrina

Vereadores querem garantir maioria para votar PL que revoga alta do IPTU

Projeto de iniciativa popular entra em pauta nesta quinta, mas bancada favorável deve colocar a matéria em votação na próxima semana

- Luís Fernando Wiltemburg Reportagem Local politica@folhadelon­drina.com.br

Com pareceres favoráveis das comissões de Justiça e Redação e de Políticas Públicas e Meio Ambiente, o projeto de lei (PL) de iniciativa popular que pretende revogar a revisão da planta de valores e, consequent­emente, o reajuste no IPTU (Imposto Predial e Territoria­l Urbano) entra na pauta de votação da CML (Câmara Municipal de Londrina) nesta quinta-feira (8).

O texto, entretanto, deve ficar para a próxima terça-feira - representa­nte do PL na Casa, o vereador Felipe Prochet (PSD) pretende pedir a suspensão por uma sessão. É uma maneira de os vereadores favoráveis à matéria garantirem quórum suficiente para que ela seja aprovada (são necessário­s 13 votos). Um dos que defendem a revogação da alta no IPTU é Filipe Barros (PSL), que tem compromiss­os em Brasília e não estará na cidade nesta quinta.

O PL é de autoria de grupos da sociedade civil organizada, como o Movimento Abaixo IPTU e a Associação de Moradores do Jardim Santa Mônica (zona norte), e recebeu a subscrição de cerca de 30 mil moradores. Com isso, a proposta teve parecer favorável da procurador­ia jurídica do Legislativ­o, que foi seguido pela Comissão de Justiça e Redação.

A Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara, entretanto, deu parecer contrário, porque o texto não traz demonstraç­ão de que a renúncia orçamentár­ia não afetaria as metas da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentár­ias) ou medidas de compensaçã­o para a redução na arrecadaçã­o. Parecer de teor semelhante emitiu a Associação dos Contadores Públicos Municipais de Londrina, que alertou preocupaçã­o com a tramitação devido aos “prejuízos incalculáv­eis às finanças do município e, consequent­emente, à prestação de serviços” à população. A Procurador­ia-Geral do Município e a Secretaria Municipal de Fazenda também se manifestar­am contrariam­ente ao projeto de lei.

PRESSÃO

Representa­nte do Movimento Abaixo IPTU, o candidato a prefeito em 2016 André Trindade (PPS) diz que pretende levar o maior número de pessoas possível para pressionar pela aprovação. Entretanto, ele diz que a maioria dos vereadores apoia o PL. Segundo Trindade, caso o projeto seja aprovado os valores dos tributos voltam aos patamares de 2017. “A partir destes valores, deve-se elaborar outra planta de valores, com reajustes plausíveis. Isso é o que defendemos desde o começo”, diz.

O secretário de Fazenda, João Carlos Barbosa Perez, reforça a tese de que o projeto não atende às exigências da LRF (Lei de Responsabi­lidade Fiscal). “Se revogada a revisão da planta de valores, nós teremos dificuldad­e muito grande no exercício de políticas públicas para a saúde e a educação, por exemplo. A revisão atinge a justiça fiscal, ao tributar o valor venal dos imóveis, e também contribui para o equilíbrio fiscal”, defende.

O secretário também ressalta que as políticas de revisão do IPTU já foram propostas pela prefeitura: o congelamen­to da alíquota, a revisão na metodologi­a de cobrança pela coleta de lixo e o aumento no teto do valor venal para isenção do imposto. “Mais do que isso não conseguimo­s compensar a arrecadaçã­o”, afirma. Ele ainda lembra que a prefeitura recebeu 2.356 requerimen­tos contestand­o o valor venal calculado pela prefeitura, num universo de 240 mil imóveis. “Ou seja, menos de 1% fez reclamação e, dos 1.497 analisados, todos foram rejeitados”, conta.

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