AVENIDA PARANÁ
Gostaria de ter outro adjetivo para o aumento do Judiciário, mas só me ocorre um: obsceno
Um novo Brasil está nascendo e Brasília já quer abortá-lo.
De nada adiantaram os apelos do presidente eleito. Na última quartafeira, o Senado aprovou, por 41 votos a 16, o aumento salarial de 16,38% para os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Com isso, o teto salarial do funcionalismo público vai saltar para
R$ 39 mil. Calcula-se que o efeito cascata em todo quadro de servidores vai gerar um aumento nos gastos públicos de R$ 4 bilhões a R$ 6 bilhões no primeiro ano de mandato de Jair Bolsonaro e dos novos governadores. Quem vai pagar por isso? Eu, você, todos nós.
Gostaria de ter outro adjetivo para definir esse aumento, mas só me ocorre um: obsceno. A desfaçatez da casta que suga o Estado brasileiro não tem limite algum. Como bem definiu o escritor Yuri Vieira, o presidente do Senado, que não conseguiu a reeleição, e a maioria de seus colegas igualmente derrotados nas urnas comportaram-se como o cara que se viu obrigado a vender um carro de luxo que possuía e, só para atazanar o novo proprietário, urina no tanque de gasolina. Repito: é obsceno.
No dia anterior à votação do aumento, a sra. Carmen Lúcia, ministra do STF, disse estar preocupada com a “onda conservadora” no país. Para ela, os novos tempos colocam em perigo as conquistas da democracia. Muito mais nociva para o país, senhora ministra, é a sabotagem promovida pelos coronéis estatais ao capitão eleito pelo povo.
O povo brasileiro é conservador no sentido de que deseja preservar os valores da liberdade, da justiça, da democracia e da civilização. Mas não é nem um pouco “conservador” quando se trata de manter e inflar os privilégios do alto funcionalismo. É Brasília vingando-se do Brasil.
Se tiver um mínimo de compromisso com o futuro de Brasil, Michel
Temer precisa vetar essa obscenidade dos mortos-vivos.
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A prova lacradora do Enem é outro exemplo de sabotagem que está sendo feita contra o novo governo. Como bem observou meu amigo Bernardo Pires Küster, as questões ideologicamente enviesadas da última prova definem o conteúdo para o ensino médio no próximo ano. Todos os clichês esquerdistas e globalistas continuarão sendo exigidos dos estudantes brasileiros. Para se dar bem no Enem, o estudante sério se verá novamente obrigado a aderir às ideias dominantes. A “Pátria Educadora” de Dilma e Paulo Freire continua tão viva quanto o personagem Jason do filme Sexta-Feira 13. ********
E por falar em dominação esquerdista, a chapa Resistência Marielle Franco venceu as eleições para o DCE da UEL. Agora, eles pretendem colocar em prática suas propostas, como a “estatização de todas as universidades privadas e criação de um sistema único de ensino”. Eles estão na contramão da cidade que criou a UEL. *******
Por falar em Londrina, estava eu passando pela Praça Floriano Peixoto e notei que a haste da bandeira sobre o Altar da Pátria está completamente torta: mais torta que a Torre de Pisa. Não creio que tenha sido obra do vento, mas de mãos humanas. É um símbolo do que os “resistentes”, derrotados nas urnas, pretendem fazer com o Brasil.
Aumento do STF é um exemplo do que os mortos-vivos do poder querem fazer com o novo Brasil