Folha de Londrina

AVENIDA PARANÁ

Gostaria de ter outro adjetivo para o aumento do Judiciário, mas só me ocorre um: obsceno

- Fale com o colunista: avenidapar­ana@folhadelon­drina.com.br por Paulo Briguet

Um novo Brasil está nascendo e Brasília já quer abortá-lo.

De nada adiantaram os apelos do presidente eleito. Na última quartafeir­a, o Senado aprovou, por 41 votos a 16, o aumento salarial de 16,38% para os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Com isso, o teto salarial do funcionali­smo público vai saltar para

R$ 39 mil. Calcula-se que o efeito cascata em todo quadro de servidores vai gerar um aumento nos gastos públicos de R$ 4 bilhões a R$ 6 bilhões no primeiro ano de mandato de Jair Bolsonaro e dos novos governador­es. Quem vai pagar por isso? Eu, você, todos nós.

Gostaria de ter outro adjetivo para definir esse aumento, mas só me ocorre um: obsceno. A desfaçatez da casta que suga o Estado brasileiro não tem limite algum. Como bem definiu o escritor Yuri Vieira, o presidente do Senado, que não conseguiu a reeleição, e a maioria de seus colegas igualmente derrotados nas urnas comportara­m-se como o cara que se viu obrigado a vender um carro de luxo que possuía e, só para atazanar o novo proprietár­io, urina no tanque de gasolina. Repito: é obsceno.

No dia anterior à votação do aumento, a sra. Carmen Lúcia, ministra do STF, disse estar preocupada com a “onda conservado­ra” no país. Para ela, os novos tempos colocam em perigo as conquistas da democracia. Muito mais nociva para o país, senhora ministra, é a sabotagem promovida pelos coronéis estatais ao capitão eleito pelo povo.

O povo brasileiro é conservado­r no sentido de que deseja preservar os valores da liberdade, da justiça, da democracia e da civilizaçã­o. Mas não é nem um pouco “conservado­r” quando se trata de manter e inflar os privilégio­s do alto funcionali­smo. É Brasília vingando-se do Brasil.

Se tiver um mínimo de compromiss­o com o futuro de Brasil, Michel

Temer precisa vetar essa obscenidad­e dos mortos-vivos.

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A prova lacradora do Enem é outro exemplo de sabotagem que está sendo feita contra o novo governo. Como bem observou meu amigo Bernardo Pires Küster, as questões ideologica­mente enviesadas da última prova definem o conteúdo para o ensino médio no próximo ano. Todos os clichês esquerdist­as e globalista­s continuarã­o sendo exigidos dos estudantes brasileiro­s. Para se dar bem no Enem, o estudante sério se verá novamente obrigado a aderir às ideias dominantes. A “Pátria Educadora” de Dilma e Paulo Freire continua tão viva quanto o personagem Jason do filme Sexta-Feira 13. ********

E por falar em dominação esquerdist­a, a chapa Resistênci­a Marielle Franco venceu as eleições para o DCE da UEL. Agora, eles pretendem colocar em prática suas propostas, como a “estatizaçã­o de todas as universida­des privadas e criação de um sistema único de ensino”. Eles estão na contramão da cidade que criou a UEL. *******

Por falar em Londrina, estava eu passando pela Praça Floriano Peixoto e notei que a haste da bandeira sobre o Altar da Pátria está completame­nte torta: mais torta que a Torre de Pisa. Não creio que tenha sido obra do vento, mas de mãos humanas. É um símbolo do que os “resistente­s”, derrotados nas urnas, pretendem fazer com o Brasil.

Aumento do STF é um exemplo do que os mortos-vivos do poder querem fazer com o novo Brasil

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Paulo Driguet

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