Ibovespa tem terceira queda seguida
Índice cai 2,39% com NY e ruídos internos
O Índice Bovespa teve nesta quinta-feira (8) sua terceira queda consecutiva, atribuída ainda a uma realização de lucros acumulados recentemente. A falta de novidades relevantes no cenário político doméstico e a cautela com o cenário internacional mantiveram o mercado com pouca tração para retomar a trajetória de alta. O Ibovespa terminou o dia em queda de 2,39%, aos 85.620,14 pontos. O índice chegou a marcar máxima de 88.570 pontos (+0,98%), mas não teve fôlego para se sustentar por muito tempo. Nas bolsas de Nova York, o dia foi de instabilidade, em meio a correções dos ganhos da véspera e repercussões da decisão de política monetária nos Estados Unidos.
Moeda americana apresenta comportamento instável
O dólar teve comportamento instável nesta quinta e fechou em alta modesta, de 0,22%, aos R$ 3,7479. Após abrir descolado dos pares emergentes, em queda frente ao real, a moeda americana se alinhou ao cenário externo e chegou a tocar os R$ 3,76 no meio da tarde, para depois voltar a ter viés negativo, logo antes da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Já próximo do fechamento, a divisa reverteu a queda, mas fechou próxima da estabilidade.Lá fora, o dólar ganhou força globalmente: subia 0,55% frente ao índice DXY (às 17h35), que reúne uma cesta de moedas fortes, e mais de 1% em relação às divisas sul-africana, mexicana e turca.
Taxas renovam máximas e encerram o dia em alta
Após uma manhã de volatilidade, os juros futuros se firmaram em alta e renovaram máxima, em especial na ponta longa da curva, que reage mais fortemente aos riscos político, fiscal e externo, na medida também em que o dólar fincou pé no terreno positivo na etapa vespertina. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 encerrou em 7,15% (máxima), de 7,133% no ajuste de quarta, e a do DI para janeiro de 2021 subiu de 8,153% para 8,20%. A taxa do DI para janeiro de 2023 avançou para 9,48%, de 9,313% no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 fechou em 10,06%, de 9,862%. O DI para janeiro de 2027 terminou em 10,44% (10,21% na quarta).
Indefinições de nomes de cargos-chave repercutem no mercado
Profissionais consultados afirmam que, além da contaminação do câmbio, a demora do governo em divulgar os nomes para cargos-chave na equipe econômica passa um sinal negativo para o mercado. “Nesta semana, já era para termos alguma definição dos nomes, mas não temos nada ainda. Falta assertividade também sobre como será a execução do plano de governo”, resumiu Rogério Braga, diretor de Gestão de Renda Fixa e Multimercados da Quantitas Asset. Quanto aos nomes, as atenções estão voltadas principalmente ao comando do Banco Central. Segundo apurou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, Ilan Goldfajn só não fica se não quiser.