Clube reduz parcerias com outras modalidades
Desde a sua origem, o Londrina nunca foi um clube de apoiar outras modalidades esportivas. O nome original, Londrina Futebol Clube, já deixava claro o propósito da nova agremiação - o Londrina só se tornaria Esporte Clube em 1970. Apesar do nome abrir espaço para outros esportes, o LEC quase sempre se resumiu ao futebol.
Durante a gestão do presidente Felipe Prochet (201416), o LEC chegou a ser parceiro de oito modalidades: basquete, beach soccer, futebol de mesa, rúgbi, BMX, taekwondo, kickboxing e Fórmula Truck. Este número foi reduzido a partir do ano passado e atualmente o clube apoia apenas o basquete, o kickboxing e os e-sports.
O presidente Claudio Canuto explicou que a redução das parcerias a partir de 2017 foi uma recomendação do departamento jurídico do clube, para evitar possíveis demandas trabalhistas e administrativas no futuro. “Com exceção do basquete, que o conselho (de representantes) optou por renovar a parceria, nos outros casos entramos como patrocinadores apenas e não mais como parceiros”, afirmou. “E são valores que não são tão elevados.”
Em outubro, o LEC apoiou dois atletas na disputa do Campeonato Pan-Americano de Kickboxing, no México. Vitória Gabriela da Silva, a Tóia, de 16 anos, teve a oportunidade de participar da sua primeira competição internacional e voltou com a medalha de ouro na modalidade Light Contact sub-17 até 50 quilos. Moradora do jardim Nova Esperança, Tóia conheceu as artes marciais em um projeto social da Igreja Metodista no conjunto União da Vitória, também na zona sul de Londrina.
“Desde pequena, sempre gostei de esportes e me identifiquei com as lutas. Quando abriu este projeto, eu tinha
13 anos e no primeiro dia eu já estava lá para treinar”, recordou. Com o fim do projeto, por falta de recursos, e sem apoio, a menina deixou de participar de várias competições e chegou a abandonar os treinos. “Se não fosse o LEC e a SM Sports, não teria condições de viajar para o México”, contou a adolescente, que também pratica o muay thai.
O Londrina disponibiliza hoje o transporte para que a atleta possa treinar todos os dias na academia Junior Vidal. “Espero poder continuar treinando e mostrar o meu potencial. O meu sonho é um dia chegar ao UFC, organização que realiza eventos de lutas de MMA (Artes Marciais Mistas)”, apontou a lutadora, fã da paranaense Cris Cyborg, campeã da categoria pena do UFC. Guilherme Belarmino, 36, é bicampeão pan-americano de kickboxing e nos últimos anos tem recebido incentivos por parte do LEC, por isso representa o clube em competições nacionais e internacionais. “Esta ajuda é muito importante. O Londrina tem um nome muito grande e isso abre portas também na busca por outros patrocinadores”, afirmou. Claudio Canuto descartou o apoio a novas modalidades e afirmou que a princípio o clube não tem o objetivo de patrocinar outros esportes. (L.F.C.)
Departamento jurídico fez alerta para evitar demandas trabalhistas