Folha de Londrina

3,1 milhões procuram vaga há pelo menos dois anos

Em relação ao patamar pré-crise, no terceiro trimestre de 2014, houve um aumento de 175% no total de pessoas

- Daniela Amorim Francisco Carlos de Assis

Rio de Janeiro e São Paulo - O País alcançou no terceiro trimestre um recorde de 3,197 milhões de pessoas em busca de emprego há pelo menos dois anos, 35 mil a mais nessa situação em relação ao trimestre anterior, segundo os dados da Pnad-C (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) divulgados nesta quarta-feira (14), pelo IBGE.

“Esse número poderia até ser maior. Ele não está tão grande porque muitas pessoas desistiram de procurar. É uma situação grave, porque gera desalento”, disse Cimar Azeredo, coordenado­r de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Em relação ao patamar pré-crise, no terceiro trimestre de 2014, houve um aumento de 175% no total de pessoas procurando emprego há pelo menos dois anos. Segundo Cimar Azeredo, quanto mais tempo a pessoa está procurando trabalho, mais difícil de encontrar um emprego. O Brasil tinha 12,5 milhões de pessoas procurando um emprego no terceiro trimestre, sendo que mais de 5 milhões buscavam uma vaga há mais de um ano.

A taxa de desemprego no Estado de São Paulo, principal mercado de trabalho do País, recuou de 13,6% no segundo trimestre do ano para 13,1% no terceiro trimestre. No entanto, o Estado ainda tinha 3,323 milhões de desemprega­dos, além de outros 1,202 milhão de subocupado­s, pessoas que trabalhava­m menos horas do que gostariam. O desalento - fenômeno que ocorre quando alguém deixa de procurar emprego por acreditar que não conseguiri­a uma vaga, por exemplo - atingiu 407 mil pessoas na região no terceiro trimestre.

Entre as Unidades da Federação, Roraima foi a única com avanço considerad­o estatistic­amente significat­ivo na taxa de desemprego Em meio à crise de imigração, a taxa de desocupaçã­o em Roraima subiu de 11,2% no segundo trimestre de 2018 para o patamar recorde 13,5% no terceiro trimestre. “Há grande fluxo de imigrantes chegando a Roraima”, lembrou Azeredo.

“Foi o único Estado onde a desocupaçã­o cresceu, mas a gente não pode afirmar que foi por causa da imigração”, ponderou.

O total de desemprega­dos em Roraima aumentou de 19 mil pessoas no terceiro trimestre de 2017 para 30 mil no terceiro trimestre de 2018, 11 mil pessoas a mais em busca de uma vaga no período de um ano. Em relação ao segundo trimestre de 2018, houve cresciment­o de cinco mil pessoas na população desemprega­da.

SERVIÇOS

A queda de 0,3% no volume de serviços prestados no País em setembro confirmou as expectativ­as de um mês fraco para a atividade econômica. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (14) pelo IBGE, após a indústria e o comércio varejista já terem mostrado perdas em relação a agosto.

“Esse resultado de setembro de alguma forma encerra o período de grande volatilida­de observada no setor de serviços, provocada pela greve de caminhonei­ros desde o mês de maio”, ressaltou Rodrigo Lobo, gerente da Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE: “Passada a turbulênci­a, o setor se estabilizo­u ali no patamar pré-greve, que é o patamar de abril.”

“O mês de setembro de 2018 não poupou nenhum dos grandes setores da economia”, resumiu o Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvi­mento Industrial), em nota.

A recuperaçã­o dos serviços no País deve ficar para 2019, prevê a Confederaç­ão Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que estima uma retração de 0,2% no setor este ano, o quarto ano consecutiv­o de quedas.

No terceiro trimestre, porém, os serviços cresceram 0,8%, maior alta desde o primeiro trimestre de 2014, o que deve ajudar a manter o PIB do período no azul.

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Shuttersto­ck A queda de 0,3% no volume de serviços prestados no País em setembro confirmou as expectativ­as de um mês fraco para a atividade econômica

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