Folha de Londrina

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Presidente eleito diz ser difícil ter uma equipe isenta de denúncias e anuncia embaixador Ernesto Araújo para o Ministério das Relações Exteriores

- Débora Sögur Hous Folhapress

São Paulo - O presidente eleito, Jair Bolsonaro, comentou nesta quarta-feira (14), em entrevista à TV Record, a acusação de que Onyx Lorenzoni (DEM-RS) poderia ter recebido dinheiro não declarado em campanha eleitoral de 2014, conforme reportagem da Folha de S.Paulo.

“Tudo nos preocupa. Uma denúncia tornandose robusta, transforma­ndose aquela pessoa em réu, nós vamos tomar alguma providênci­a. O Onyx é ciente disso.”

Bolsonaro afirmou que tem conversado com ministeriá­veis sobre corrupção, mas declarou que é difícil ter uma equipe isenta de denúncias.

“É muito difícil hoje em dia você pegar alguém que não tenha alguns problemas, por menores que sejam. Os menores, logicament­e, nós vamos ter que absorver. Se o problema ficar vultoso, você tem que tomar uma providênci­a”.

A providênci­a de Bolsonaro, segundo ele, seria o desligamen­to de acusados com denúncias contundent­es.

Um documento entregue por delatores da JBS, empresa dos irmãos Batista, à PGR (Procurador­ia-Geral da República) sugere que o Onyx Lorenzoni (DEM-RS) recebeu via caixa dois uma segunda doação eleitoral, além da que ele já havia admitido. O congressis­ta confessou ter recebido da empresa, para a campanha de 2014, R$ 100 mil não declarados à Justiça Eleitoral.

O documento agora revelado pela Folha de S.Paulo mostra que ele recebeu outros R$ 100 mil em 2012. Segundo os colaborado­res, o dinheiro foi repassado em espécie.

Além da acusação de irregulari­dades nas contas de Lorenzoni pela PGR, também recai sobre o presidente eleito questionam­entos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo auditores do tribunal, a campanha eleitoral de Bolsonaro tem 23 indícios de irregulari­dades ou inconsistê­ncias.

Reportagen­s da Folha de S.Paulo mostraram, antes mesmo do resultado da eleição, que a campanha de Bolsonaro havia omitido uma série de informaçõe­s na prestação de contas parcial que todos os candidatos têm que apresentar na primeira quinzena de setembro. A não apresentaç­ão de contas consolidad­as e regulares impede a diplomação do futuro presidente.

“Bebianno me relatou que alguns documentos estão faltando e será cumprido o prazo de entrega”, afirmou.

Entre os indícios de irregulari­dade apontados pelo TSE nas contas de Bolsonaro estão omissão de gastos na declaração parcial de setembro, arrecadaçã­o de doações pela internet por empresa não autorizada, recebiment­o de recursos de origem não identifica­da ou vedada pela legislação, uso de serviços de advocacia não declarados e divergênci­as entre os dados de doadores e os constantes da base de dados da Receita Federal. A equipe de Bolsonaro nega irregulari­dades. nesta quarta em seu perfil no Twitter a indicação do embaixador Ernesto Araújo para o ministério das Relações Exteriores. “A política externa brasileira deve ser parte do momento de regeneraçã­o que o Brasil vive hoje. Informo a todos a indicação do Embaixador Ernesto Araújo, diplomata há 29 anos e um brilhante intelectua­l, ao cargo de Ministro das Relações Exteriores.”

Araújo é diretor do Departamen­to dos Estados Unidos, Canadá e Assuntos Interameri­canos do Itamaraty. Ele concorria ao cargo com outros nomes, entre eles, Marcos Galvão, atual secretário-geral das Relações Exteriores. Durante a campanha, o diplomata criou um blog defendendo as ideias do então candidato do PSL.

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Valter Campanato/Agência Brasil Ernesto Araújo é diretor do Departamen­to dos Estados Unidos, Canadá e Assuntos Interameri­canos do Itamaraty
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