Abaixo-assinado contra aumento de salário de deputados
Londrina foi uma das cidades do Paraná que estiveram na rota de Vinicius Poit, deputado federal recém-eleito por São Paulo com mais de 200 mil votos pelo partido Novo nestas eleições. Em reunião realizada na Casa da Amizade, o deputado divulgou a proposta do abaixo-assinado que lançou logo após o dia 7 de outubro e que é contra o aumento de salários dos políticos.
“A ideia é divulgar, falar com outros deputados federais para que eles topem encabeçar esse abaixo-assinado para realmente não aumentarem o próprio salário, visto que já temos um mau exemplo do STF querendo aumentar o salário em troca de abrir mão do auxílio-moradia, ou seja, quase uma chantagem”, avalia.
Mais de um mês depois do lançamento, o projeto já conta com o apoio de mais de um milhão de internautas e corre paralelamente a campanhas que pedem o veto do presidente Michel Temer ao reajuste.
“E a possibilidade do Temer vetar parece pequena porque depois ele perde o foro privilegiado e vai ser julgado, então temos que pressionar. Se ele não vetar, quando chegar na Câmara dos Deputados e Senado, e o pessoal quiser equiparar o salário ao teto do Judiciário não aceitarmos isso”, afirma Poit. Temer foi indiciado pela Polícia Federal no inquérito que investiga suposto favorecimento a empresas que exploram serviços no Porto de Santos.
Questionado, o deputado aproveitou para endossar as medidas que o Novo anunciou para economizar dentro dos gabinetes dos oito deputados federais eleitos. “Por exemplo, não usar motorista, não usar carro oficial, abrir mão de apartamento funcional, cortar pela metade a cota parlamentar”, elencou.
Em Brasília, cada deputado federal tem direito a uma verba de R$ 106 mil para contratar até 25 assessores. Questionado se a diminuição do número de profissionais vai representar o corte no orçamento na mesma proporção, Poit afirmou que não necessariamente, mas sim na verba de reembolso com passagens aéreas, por exemplo, que é de até R$ 40 mil por mês.
“Vamos economizar um pouco na cota para contratar até a metade mas não dá pra reduzir 50% dessa cota pra contratar as pessoas porque justamente queremos trazer gente mais qualificada para o gabinete então se use um pouco mais de 50% e ai depende de cada gabinete, mas vai ter redução”, garantiu.