Folha de Londrina

Plantar árvores e frear o desmatamen­to da Amazônia

-

Amudança climática não é mais novidade e suas causas são motivo de pesquisas e alertas da comunidade científica em todo o mundo. Não dá para negar a participaç­ão efetiva do Brasil no aumento do efeito estufa e o desmatamen­to da Amazônia é motivo de preocupaçã­o. Aflição que aumenta quando chega a notícia de que o desmatamen­to naquela região voltou a crescer entre 2017 e 2018 e atingiu o maior patamar da última década, com 7,9 mil km² de floresta derrubados. O número representa um cresciment­o de 13,7% em relação ao período anterior (2016-2017).

Os dados acabaram de ser divulgados pelos ministério­s do Meio Ambiente e da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicaçõ­es. As informaçõe­s são relativas ao Prodes (Projeto de Monitorame­nto do Desmatamen­to na Amazônia Legal por Satélite), sob responsabi­lidade do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Desde 2013, os dados de desmatamen­to Prodes vêm apresentan­do uma tendência de cresciment­o. O pico de destruição nesse período ocorreu em 2016, com 7,9 mil km², o que represento­u um aumento de 29% em relação ao ano anterior.

Em 2018, a situação atingiu índices bastante preocupant­es. Enquanto o brasileiro vivia e se preocupava com eleições, de agosto a outubro aconteceu uma explosão no desmatamen­to amazônico, que cresceu 48,8% em relação ao mesmo espaço de tempo do ano anterior. O monitorame­nto em questão, porém, é relacionad­o ao Deter B, outro projeto do Inpe que acompanha o desmatamen­to quase em tempo real, mas possui menor resolução que o Prodes. De toda forma, segundo o Ministério do Meio Ambiente, os dois sistemas apresentam grande convergênc­ia de informaçõe­s.

Nas duas últimas décadas, a redução no desmatamen­to da Amazônia foi significat­iva. Após 2004 ter registrado o segundo maior desmate 27,8 mil km² - documentad­o desde o início do Prodes, as taxas de destruição chegaram ao nível mais baixo (4,6 mil km²) em 2012.

Na última sexta-feira (24), um relatório apresentad­o por 13 agências governamen­tais norte-americanas tratou do impacto das mudanças climáticas nos Estados Unidos. O relatório de quase duas mil páginas detalhava as consequênc­ias devastador­as do aumento das temperatur­as globais na economia, na saúde e no meio ambiente. Os incêndios florestais mais severos dos últimos anos, como o ocorrido em novembro, na Califórnia, é um exemplo dessas trágicas consequênc­ias.

O clima da Terra está mudando rapidament­e e a ação humana é a grande responsáve­l. Uma das maneiras de frear o aqueciment­o global é manter as florestas e replantar o maior número possível de árvores. Por meio do Acordo de Paris, o Brasil já se compromete­u a refloresta­r 12 milhões de hectares de florestas até 2030. Um compromiss­o tão importante quanto ousado. O País conseguirá cumprir essa meta?

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil