Folha de Londrina

CP mantém investigaç­ões contra prefeito de Rolândia

- Vitor Struck Reportagem Local

Depois de apresentad­a a defesa prévia do prefeito afastado de Rolândia, Luiz Franciscon­i Neto (PSDB), na CP (Comissão Processant­e) que investiga uma denúncia de quebra de decoro parlamenta­r contra ele, o presidente da CP, Irineu de Paula (PSDB) comunicou a plenária na sessão desta segundafei­ra (26) que os trabalhos continuam. Nesta fase os vereadores já podem optar pelo arquivamen­to da denúncia, o que não ocorreu. Franciscon­i foi um dos 19 denunciado­s pelo Ministério Público numa ação por organizaçã­o criminosa, dentre outros fatos.

“Estamos seguindo todos os prazos, toda a legislação. A nossa comissão está trabalhand­o juntamente com o corpo jurídico da Câmara, apenas informando porque algumas pessoas demonstram preocupaçã­o então, estamos trabalhand­o e continuare­mos da melhor forma possível”, afirma o presidente da CP.

Segundo o vereador, por enquanto ainda não se sabe quando terão início as oitivas na Câmara Municipal de Rolândia, quando os membros da Comissão Processant­e poderão ouvir as testemunha­s. Além dele fazem parte da CP os vereadores Reginaldo Silva (SD), responsáve­l pelo relatório, e a vereadora Edileine Griggio (PSC).

Em setembro o Ministério Público cumpriu 17 mandados de busca e apreensão na Prefeitura de Rolândia no âmbito da Operação Patrocínio. Oito secretário­s municipais foram exonerados e, assim como o prefeito, também estão sendo monitorado­s por tornozelei­ras eletrônica­s. Segundo o MP foi identifica­do o desvio de quase R$ 240 mil por meio da solicitaçã­o de vantagens indevidas por agentes públicos em contratos firmados pela Prefeitura.

A Comissão Processant­e contra Franciscon­i foi aberta com os votos favoráveis de todos os vereadores em uma sessão que contou com a presença de dezenas de pessoas no final de outubro. No Legislativ­o Franciscon­i foi denunciado por quebra de decoro parlamenta­r pelo vereador João Salvador dos Santos (PSC), o João Gaúcho. Na denúncia Gaúcho traz fatos que vieram à tona na Operação Patrocínio, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado), em setembro, quando o prefeito estava em viagem com a família.

À FOLHA Franciscon­i disse que vai provar sua inocência.

DEFESA PRÉVIA

Também já foi protocolad­a na Câmara a defesa prévia do prefeito afastado. O advogado Anderson Mariano sustenta que houve erros no procedimen­to adotado pelos vereadores, que teriam se debruçado sobre o Regimento Interno da Casa, quando o correto seria usar o decreto 201, de 1967.

“O vereador denunciant­e indicou, como líder do PSC, uma vereadora pra compor a CP, ele não deveria nem ter participad­o da sessão”, afirma Mariano ao lembrar a semelhança com o fatos ocorridos na abertura da Comissão Processant­e contra os vereadores afastados Rony Alves (PTB) e Mário Takahashi (PV), quando o autor da denúnicia, Filipe Barros (PSL) foi substituíd­o por seu suplente, Emanoel Gomes (PRB)

Também na semana passada o juiz Renato Cruz de Oliveira, do Tribunal de Justiça do Paraná, negou o pedido de liminar impetrado pela defesa sobre o suposto “erro” procedimen­tal.

A defesa também aguarda o julgamento de um recurso que pede a suspensão do afastament­o por tempo indetermin­ado de Franciscon­i das atividades na Prefeitura. Desde então o vice-prefeito, Roberto Negrão, responde pelo cargo.

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