Folha de Londrina

Deputados vão pressionar governo para evitar reajuste nos pedágios

IntervenÁã­o administra­tiva e decisão judicial contra cobranÁa em Jacarezinh­o motivaram movimento

- Mariana Franco Ramos Reportagem Local

Curitiba -

A AL (Assembleia Legislativ­a) do Paraná deve votar nessa terça-feira (27) um requerimen­to propondo que o governo do Paraná intervenha para evitar o reajuste contratual nas 27 praças de pedágio do Estado, previsto para ocorrer no dia 1º de dezembro. A iniciativa é do deputado Luiz Cláudio Romanelli (PSB). Segundo ele, a ideia se baseia em duas das últimas notícias envolvendo o Anel de Integração: a intervençã­o administra­tiva, decretada pela governador­a Cida Borghetti (PP) em outubro, com base nos desdobrame­ntos da Operação Lava Jato, e a suspensão da cobrança em Jacarezinh­o (Norte Pioneiro). A Justiça também determinou redução imediata de 26,75% nas tarifas em Jataizinho e Sertaneja.

“Todos nós já sabemos que os aditivos feitos com essas concession­árias estão elevados e com gravíssima­s irregulari­dades, atos de corrupção. Com isso, efetivamen­te, seria mais um prejuízo ao povo paranaense. Que ela determine ao DER (Departamen­to de Estradas de Rodagem) que não conceda. Se a concession­ária se sentir prejudicad­a, pode ir à Justiça e a Justiça decide”, defendeu Romanelli.

Para o oposicioni­sta Requião Filho (MDB), a proposta é interessan­te, mas “qualquer juiz irá dizer que agora quem cuida da questão é a Agepar (Agência Reguladora do Paraná) e que o contrato deve ser respeitado”. “A Assembleia abriu mão disso quando entregou para a Agepar a responsabi­lidade; uma agência reguladora que deu todos os aumentos sem discussão. A Assembleia ficou quieta nos últimos oito anos, quando o ex-governador Beto Richa (PSDB) desistiu de todas as ações contra o pedágio. As prisões efetuadas pela PF (Polícia Federal) explicam por que o pedágio mandava tanto no Paraná”, alfinetou.

RENOVAÇÃO

O fim dos contratos com as rodovias do Anel de Integração, em 2021, também foi assunto na sessão desta segunda-feira. “É fundamenta­l que a população participe desse debate. Os problemas só estão acontecend­o hoje - não atender ao interesse público no quesito tarifa e no quesito obras - por causa dos contratos. Se as coisas são bem claras, amarradas, e o interesse público é preservado, não acontece o que está ocorrendo hoje. Os órgãos de fiscalizaç­ão também não podem funcionar como parceiros das concession­árias”, opinou Evandro Araújo (PSC).

Na avaliação de Tercílio Turini (PPS), autor do pedagiômet­ro, que busca dar publicidad­e ao número de veículos que passam por cada praça, as discussões sobre a futura licitação precisam ser feitas com toda a sociedade. “Temos de chamar o setor produtivo para debater qual o modelo de pedágio que queremos daqui para frente, que seja de interesse do povo. Essa Casa tem papel fundamenta­l. Há dois anos existia uma tendência muito forte de se renovar os contratos por mais 25 anos e impedimos que isso ocorresse”, afirmou.

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Saulo Ohara/25-06-2015 Reajuste nas 27 praças de pedágio do Estado está previsto para ocorrer no dia 10 de dezembro

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