PNAD CONTÍNUA
Segundo o IBGE, o quadro eleitoral considerado definido ajudou a criar vagas de trabalho
Puxada pela definição do cenário eleitoral no País, taxa de desemprego cai de 12,3% para 11,7% no último trimestre, aponta o IBGE
São Paulo - A taxa de desemprego no País ficou em 11,7% no trimestre encerrado em outubro, divulgou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta (29). O desemprego, que atingiu 12,3 milhões de brasileiros no trimestre, veio abaixo do verificado nos três meses anteriores, com fim em julho, quando a taxa esteve em 12,3%, e também apresentou número inferior ao do mesmo período de 2017 (12,2%), segundo a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), pesquisa que contabiliza trabalho formal e informal no país.
Para o economista Thiago Xavier, da consultoria Tendências, a escolha de um novo governo impulsiona expectativas já que não há mais a indefinição política do começo do ano. “Com o desfecho eleitoral, diminuiu as incertezas, se comparado ao início deste ano, quando havia quatro candidatos extremamente competitivos. Em outubro, as últimas pesquisas eleitorais do segundo turno já mostravam uma ampla vantagem do Jair Bolsonaro”, disse Xavier.
“Ainda não se sabe quais vão ser os primeiros passos da agenda econômica desse novo presidente e qual é a capacidade dele em mobilizar o Congresso para aprovar reformas. Mas com o fim das eleições, já há um cenário com menos incertezas que favorece a geração de vagas.”
A população desocupada -caracterizada por não ter trabalho, mas estar procurandocaiu 4%, na comparação com o trimestre de maio a julho deste ano. Já na relação com o mesmo período de 2017, a queda foi de 3,1% ou uma redução de 389 mil pessoas nessa situação.
Sobre a taxa de subutilização da força de trabalho (indicador que agrega os desocupados, pessoas que trabalham menos de 40 horas semanais e os que tinham idade e desejo para trabalhar, mas que não podiam), o período analisado (24,1%) apresentou queda em relação ao trimestre encerrado em julho (24,5%), mas ficou acima do percentual apresentado no mesmo período do ano passado (23,8%).
O emprego sem carteira subiu tanto na comparação com o trimestre anterior (4,8% ou um acréscimo de 534 mil pessoas), quanto na relação com o período de 2017 (5,9% ou adicional de 649 mil pessoas). Esse movimento ocorreu também com trabalhadores por conta própria, que cresceram 2,2% ante os três meses de maio a julho, e 2,9%, na comparação com o mesmo trimestre do ano passado.
Se por um lado a informalidade avança, por outro, o percentual de trabalhadores com carteira assinada se mantém estável. Nos três meses até outubro, eram 32,9 milhões de pessoas com carteira assinada no setor privado no Brasil.
UM ANO
A construção cortou 152 mil postos de trabalho no período de um ano. Também houve corte de vagas nos serviços domésticos, com 27 mil trabalhadores a menos. Na direção oposta, a indústria abriu 159 mil vagas. A atividade de Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas - que inclui alguns serviços prestados à indústria - registrou um crescimento de 110 mil vagas em um ano. O setor de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura contratou 202 mil empregados a mais.
Também houve aumento no contingente de trabalhadores do comércio (+17 mil), alojamento e alimentação (+98 mil empregados), outros serviços (+410 mil pessoas), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (+497 mil vagas) e transporte, armazenagem e correio (+33 mil vagas).
A construção cortou 152 mil postos de trabalho no período de um ano