‘Mortes por aids vêm caindo’
De 1980 a junho de 2017, o Brasil registrou 882.810 casos de aids. Nos últimos cinco anos, o País contabilizou, em média, 40 mil novos casos ao ano. De 2007 a 2017, o Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), do Ministério da Saúde, notificou 194.217 casos de infecção pelo HIV no País e quase a metade deles estava concentrada na Região Sudeste (49,7%), somando 96.439 notificações.
A Região Sul é a segunda com maior incidência, com 40.275 casos, o que corresponde a 20,7%. As regiões Nordeste (15,6%), Norte (7,4%) e Centro-Oeste (6,7%) vêm na sequência, segundo apontam dados do Sinan. Entre os casos confirmados entre 2007 e 2017, 67,9% foram em homens, com 131.969 casos, e 32,1% em mulheres, com 62.198.
A ampliação do acesso à testagem e a redução do tempo entre a confirmação da contaminação e o início do tratamento com os antirretrovirais facilitou o controle da doença e o resultado é a redução dos casos de óbitos por aids em todo o País. O Boletim Epidemiológico divulgado na última terçafeira (27) em Brasília aponta queda de 16% nas mortes.
Em Londrina, o número de óbitos por aids segue a tendência nacional. Entre 2010 e 2014, ocorriam, em média, 23 mortes ao ano decorrentes da doença. Desde 2015, a média baixou para 15 óbitos. “A detecção tem avançado, os testes rápidos são bastante eficientes, o município oferta os testes nas UBS (Unidades Básicas de Saúde) e as mortes por aids vêm caindo pela eficácia dos medicamentos fornecidos pelo SUS e isso é uma conquista dos portadores de HIV e aids. Os sintomas já não existem”, atestou o educador social e colaborador da Alia (Associação Londrinense Interdisciplinar de Aids), Paulo Wesley Faccio.
A redução de óbitos é resultado da meta do MS para conter a epidemia chamada de 90/90/90 e que consiste em 90% da população testada, 90% da população tratada e 90% menos vírus circulando. “Quanto antes a pessoa descobrir o diagnóstico, ela vai conseguir ter um tratamento antecipado e controlar a doença. A aids não tem cura, mas tem tratamento. Hoje, com um comprimido, ela vai ter uma qualidade de vida talvez melhor do que um diabético porque não tem a restrição da dieta”, afirmou a coordenadora da Comuniaids, Argéria Narciso.
“O teste a gente vai ofertar sempre, vai levar campanha de orientação, mas o ideal é que não precise. Se a gente tiver dois mil testes, mas as notificações diminuam, significa que as nossas ações estão dando resultado, mas os números estão crescendo e isso significa que as pessoas ainda estão expostas”, disse a diretora de Saúde Complementar da Secretaria Municipal de Saúde, Claudia Denise Garcia.
“O teste a gente vai ofertar sempre, vai levar campanha de orientação, mas o ideal é que não precise”