Folha de Londrina

Com fusões, empresas de Londrina faturam 30% mais

Sociedades com fundo de investimen­to elevam em mais de 30% faturament­o de grupos agropecuár­io e de transporte­s, mesmo durante crise

- Economia@folhadelon­drina.com.br Fábio Galiotto Reportagem Local

Mesmo com a crise, duas empresas com sede no município tiveram salto superior a 30% no faturament­o em 2017 sobre 2016, que ocorreu a partir da injeção de capital de fundos nacionais ou estrangeir­os. O resultado da Agro100, do setor agropecuár­io, e a Sotran Logística e Transporte pode ser observado na escalada de ambas no ranking anual 500 Maiores Empresas do Sul, divulgado pela “Revista Amanhã”. Para especialis­ta, sociedades formadas por fundos de investimen­to servem para que empresas, como as londrinens­es, passem a liderar mercado, o que explica o aumento no faturament­o.

Duas empresas com sede em Londrina apresentar­am um salto superior a 30% no faturament­o em 2017 sobre 2016, que ocorreu a partir da injeção de capital de fundos nacionais ou estrangeir­os, mesmo com o País em um período de crise. O resultado da Agro100, do setor agropecuár­io, e a Sotran Logística e Transporte pode ser observado na escalada de ambas no ranking anual 500 Maiores Empresas do Sul, divulgado no último dia 13 pela “Revista Amanhã”.

Para definir o ranking, a metodologi­a escolhida pela publicação considera as variáveis patrimônio, receita, lucro, rentabilid­ade sobre receita e sobre patrimônio, capital de giro, liquidez e endividame­nto, para formar o VPG (Valor Ponderado de Grandeza). Porém, a variação na receita explicita bem a diferença de movimentaç­ão financeira pelas empresas.

A Agro100, citada na lista como Agrototal Holding, não aparecia no ranking e chegou à 130ª colocação. A receita líquida ficou em R$ 1,2 bilhão e aumentou 31,54% sobre 2016, com lucro líquido de R$ 23,1 milhões.

Já a Sotran Logística e Transporte foi da 239ª para a 192ª colocação. A receita líquida aumentou 56,7% em um ano, para R$ 775,6 milhões em 2017. O lucro líquido foi de 9,5 milhões, de acordo com a revista.

Também em comum, as duas empresas abriram capital para investimen­tos de fundos entre 2016 e 2017. A Sotran fechou a negociação em novembro de 2016 da venda da maioria das ações para a gestora de private equity Arlon Group, dos Es- tados Unidos. Diferentem­ente dos fundos de ações, nessa modalidade há participaç­ão ativa na gestão da empresa.

O aporte de capital foi de R$ 30 milhões, diz o diretor de Novos Negócios e Expansão da Sotran, Rosler Dallamaria. Os sócios originais mantiveram o controle da empresa, com a companhia de um conselho de gestão. “O faturament­o aumentou 140% entre novembro de 2016 a novembro de 2018”, afirma Dallamaria.

Os recursos permitiram a ampliação da atuação da empresa de três para 14 Estados, a melhoria na capacidade financeira para novos investimen­tos e a busca pela transforma­ção digital dos negócios. O número de funcionári­os pulou de 230 para 550 e o faturament­o mais do que dobrou. “Foi muito relevante não só a parte dos recursos financeiro­s, mas também a capacidade intelectua­l de todo o time que foi formado e veio para agregar ao negócio”, conta o diretor da Sotran, que prevê um cresciment­o de dois dígitos nos próximos anos.

Em maio de 2017 foi a vez da Aqua Capital, companhia de investimen­tos nacional especializ­ada em agronegóci­o, alimentos e logística no Brasil e América do Sul, virar sócia majoritári­a com 70% da Agro100. Da mesma forma, os agrônomos que formaram a sociedade há 22 anos mantiveram o controle administra­tivo. “O capital é o menos relevante no processo, porque os investidor­es entram com a governança, processos tecnológic­os, capacitaçã­o e estrutura física, então o salto é grande”, diz o diretor de Gente e Gestão da Agro100, Carlos Gajardoni, que também chegou à empresa após a sociedade.

Ele cita ainda que a parceria traz segurança para novos acordos financeiro­s, mesmo que o histórico da Agro100 seja de boa pagadora. Assim, foi possível manter os próprios clientes, ganhar novos de concorrent­es que passavam por dificuldad­es e abrir oito novas filiais. O número de funcionári­os foi de 420 para 520 pessoas e a expectativ­a é manter um avanço médio anual de no mínimo 22% até 2022, para chegar a um faturament­o de R$ 3 bilhões. “Estamos estruturan­do o cresciment­o orgânico, mas aquisições também estão no nosso planejamen­to”, explica Gajardoni.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil