Folha de Londrina

Parceria é usada para ter liderança de mercado

- (F.G.)

O sócio-líder da área de Fusões e Aquisições da consultori­a de negócios KPMG no Brasil, Luís Motta, afirma que as sociedades formadas por fundos de investimen­to com empresas como a Agro100 e a Sotran Logística e Transporte­s serve para que passem a liderar mercado, o que explica o salto em faturament­o. Ele cita o maior capital para adquirir concorrent­es ou participaç­ão de mercado como motores, bem como a profission­alização da gestão. “Claro que o proprietár­io recebe um ‘cash out’ , mas a empresa fica com o caixa bem maior e faz aquisições, investe em inovação...”, cita Motta.

A missão passa a ser liderar o mercado e ganhar valor, mesmo porque o interesse dos fundos de investimen­to é ter retorno financeiro agressivo ao fim de um período estipulado em contrato, de em média dez anos. A saída desse investidor do negócio ocorre pela abertura de uma IPO (Oferta Pública Inicial, na sigla em inglês) de ações na Bolsa de Valores, ou pela venda da participaç­ão a grandes conglomera­dos.

Por isso, Motta afirma que há certa resistênci­a em fundadores de empresas em aderir a esse formato de sociedade e buscam outras fontes de recursos. “Sob a ótica familiar, é até perverso pensar que está vendendo a empresa”, diz. Ele cita ainda como outras dificuldad­es a necessidad­e de balanços auditados e publicados e de toda uma preparação do modelo de gestão.

Mesmo assim, as fusões e aquisições têm aumentado em número no Brasil. As 234 transações do primeiro trimestre deste ano, segundo a KPMG, representa­m o maior número para o período nos 20 anos de levantamen­to. E as 246 do quarto trimestre de 2017 foram o pico histórico em três meses. “Tem crescido porque existe um otimismo maior e o Brasil é um dos maiores países do mundo”, conta Motta.

No Paraná, o sócio da KPMG explica que há setores que estão no radar dos investidor­es, como tecnologia de informação, educação, logística e transporte­s, além de, claro, agronegóci­o e alimentos. “O agronegóci­o é promissor. E, se alguém quer ser grande na América Latina, tem de passar pelo Brasil”, conta.

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