Folha de Londrina

Acordo prevê retirar 144 mil toneladas de açúcar

- Lígia Formenti e Paula Felix

Brasília - O Ministério da Saúde divulgou em outubro acordo com a indústria de alimentos e de bebidas para reduzir os teores de açúcar de biscoitos, bolos, produtos lácteos, achocolata­dos e misturas para bolos. A meta é retirar 144 mil toneladas do ingredient­e nesses produtos nos próximos quatro anos. Neste primeiro momento, a iniciativa vai envolver 68 empresas 87% do mercado brasileiro nessas categorias. A exemplo do acordo de redução de sal, também feito pelo governo com a indústria, a meta não significa que todos os produtos terão mudança na fórmula. Mais da metade (52,1%) já cumpre os indicadore­s fixados no acordo. De um universo de 2.397 produtos, 1.147 terão de mudar a fórmula. Questionad­o se, com a mudança, os produtos poderão ser considerad­os saudáveis, o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, afirmou: “Vamos buscar que o cidadão tenha informação. Gradativam­ente, com a redução do nível de açúcar desses alimentos, eles se tornarão gradativam­ente mais saudáveis”.

Empresas terão de fazer a mudança em duas fases, de dois anos cada. O acompanham­ento será a partir de rótulos e de análises laboratori­ais. Empresas que não cumprirem o pacto serão notificada­s. Como é voluntário, não há penalidade. A maior redução será das rosquinhas. A cada 100 gramas de rosquinha, 75 são de açúcar. A ideia é que, em quatro anos, esse teor caia para 28,2 gramas, redução de 62,4%. Dados do governo indicam que o brasileiro consome 50% a mais de açúcar do que o recomendad­o pela Organizaçã­o Mundial da Saúde. Em média, por dia, cada habitante ingere 18 colheres de chá do produto.

Alexandre Jobim, da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigeran­tes e de Bebidas não Alcoólicas, afirma que o consumo de refrigeran­tes cai ano a ano. Já Wilson Mello Neto, da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentaçã­o, diz que a indústria trabalha pela inovação de produtos. Para ele, o fato de o consumidor se afastar de um produto não significa, necessaria­mente, que optará por outro melhor.

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