Folha de Londrina

Ex-governador tem bens bloqueados pela Justiça por publicidad­e irregular

Decisão judicial deixa indisponív­el quase R$ 20 milhões de Beto Richa para "ressarcime­nto ao erário"

- Vitor Struck Reportagem Local

Em decisão liminar, a 4ª Vara de Fazenda Pública de Curitiba acatou o pedido do MPPR (Ministério Público do Paraná) e determinou o bloqueio de bens do ex-governador, Beto Richa (PSDB). A ação civil pública pede o indisponib­ilidade de quase R$ 20 milhões, valor que, de acordo com a promotora Luciane Melluso Teixeira de Freitas, titular da 1ª Promotoria do Patrimônio Público de Curitiba, foi gasto pela prefeitura da capital paranaense, quando Beto Richa foi prefeito, com todas as propaganda­s do ano de 2007 e do primeiro semestre de 2008. O teor dessas peças publicitár­ias já foi alvo de extensa discussão em três recursos apresentad­os ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

“O uso de peças publicitár­ias, tais como jornais, folder, outdoors, bussdoor, placas de obras e comerciais de televisão e rádio que continham a imagem do capacete branco que remetem a ideia de engenheiro civil, que é o Beto Richa. Bem como expressões ‘Cidade da Gente’ e ‘Curitiba Melhor para Você’, todos os meios publicitár­ios que a Prefeitura de Curitiba utilizou naquela época faziam referência a pessoa de Carlos Alberto Richa e isso foi considerad­o um ato de improbidad­e administra­tiva pelos ministros do TSE”, explicou a promotora.

Após Richa ter deixado o governo do Estado para se candidatar ao cargo de senador e ter perdido o foro privilegia­do, o inquérito civil voltou para a Promotoria do Patrimônio Público de Curitiba, ainda em em agosto deste ano. De acordo com Melluso, não seria possível firmar um Termo de Ajustament­o de Conduta ( TAC), em função do valor exorbitant­e - foram considerad­as todas as alusões ao político que estavam contidas nas peças publicitár­ias.

“Por analogia e amostragem chegamos ao valor de R$ 300 mil. Ele não veio a fazer o TAC, então eu tenho a obrigação de levar de interpor a ação de ressarcime­nto ao erário”, completou. Na ação é levado em consideraç­ão o valor total que a prefeitura gastou em contratos com agências de publicidad­e.

Em nota, a defesa de Beto Richa disse que a questão já foi resolvida na justiça eleitoral, inclusive com o pagamen- to de multa. E que em todo o período decorrido, o MP limitou-se a propor a realização de acordo no valor de R$ 30 mil, o que não foi aceito,”diante da plena regularida­de de suas ações”. A defesa diz ainda que em 29 de novembro, ao ser ajuizada ação de ressarcime­nto, o valor passou a ser R$ 20 milhões, de “forma absolutame­nte extraordin­ária.” E que “diante disso, se defenderá na justiça.”

 ?? Marcos Zanutto ?? Beto Richa é alvo de ação civil pública por atos cometidos em 2007 e 2008, quando foi prefeito de Curitiba
Marcos Zanutto Beto Richa é alvo de ação civil pública por atos cometidos em 2007 e 2008, quando foi prefeito de Curitiba
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