Folha de Londrina

‘Infância vai ser prioridade’, diz futura ministra

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Brasília -

A advogada e assessora do senador Magno Malta, Damares Alves, foi anunciada nesta quinta-feira (6), como chefe do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. Damares, que é advogada, educadora e pastora evangélica, é a segunda mulher anunciada para compor o governo do presidente eleito Jair Bolsonaro, que já conta com 21 ministério­s. O anúncio foi feito pelo ministro extraordin­ário de transição Onyx Lorenzoni no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede do governo de transição.

A futura ministra disse que vai trazer para o protagonis­mo mulheres que ainda não foram atingidas por políticas públicas e que vai fazer um amplo pacto pela infância, já que a Secretaria da Infância também vai integrar a Pasta. “Infância vai ser prioridade nesse governo, é intenção do presidente”, disse Damares após ser anunciada como ministra.

Sem citar o aborto, Damares disse que o primeiro direito a ser protegido será o direito à vida. “Entendemos que o maior e o primeiro direito a ser protegido é o direito à vida, nós vamos trabalhar nessa linha”, declarou. Damares garantiu ainda que “nenhum homem vai ganhar mais que mulher desenvolve­ndo a mesma função”.

A futura ministra é funcionári­a do senador Magno Malta (PR-ES), figura importante na campanha de Jair Bolsonaro, mas que não foi indicado para nenhum cargo no governo. “Senador Magno Malta até este momento ainda é meu chefe, sabe do convite, está feliz e entende que eu fui convidada por causa do meu trabalho ao longo de anos”, disse.

FUNAI

A futura ministra falou também sobre a Funai (Fundação Nacional do Índio), que vai ser integrada ao Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. “A minha história de luta com os povos indígenas me qualifica para estar cuidando também da Funai. Funai não é problema; o presidente só estava esperando o melhor lugar para colocar a Funai e nós entendemos que é o Ministério dos Direitos Humanos, porque índio é gente e o índio precisa ser visto de uma forma como um todo. Índio não é só terra, índio também é gente”, disse Damares. Ela assessorou a CPI da Funai em 1991 e tem uma filha índia.

Declaraçõe­s do presidente eleito, Jair Bolsonaro, nos últimos dias, comparando a permanênci­a de índios em reservas a animais em zoológicos, e o impasse para decidir o destino da Funai provocaram reação de representa­ntes dos povos indígenas.

Nesta quinta-feira, um grupo de índios foi até o centro de transição para entregar um documento ao presidente eleito pedindo que mantenha a Funai na estrutura do Ministério da Justiça. Segundo o porta-voz do grupo, Kretã Kayangang, a Justiça é a única pasta preparada para ficar com a Funai. “Nenhum ministério está preparado para lidar com conflitos fundiários, o único é o da Justiça”, declarou.

A futura ministra disse que é preciso conversar muito sobre a demarcação de terras indígenas. O assunto já foi alvo de críticas de Bolsonaro, que prometeu não demarcar mais “nenhum centímetro” de terra indígena caso fosse eleito.

“Acredito que quando o presidente falou, ele tinha informaçõe­s muito importante­s para falar isso. Ele tinha embasament­o. Eu, particular­mente, questiono algumas áreas indígenas, mas vamos discutir e sempre integrados com outros ministério­s; não vai ser uma decisão só dos Direitos Humanos”, declarou Damares.

Funai vai ser integrada ao Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos

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Valter Campanato/Agência Brasil A advogada e pastora Damares Alves: “o primeiro direito a ser protegido será o direito à vida”

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