Folha de Londrina

Londrina terá nova casa de custódia

- ( V.O.)

O Secretário de Estado de Administra­ção Penitenciá­ria, Élio de Oliveira Manoel, anunciou que das 14 obras de unidades prisionais previstas para serem construída­s, cinco estão em execução e até o fim do ano existe a previsão de licitar quatro cadeias públicas no Estado. “Uma delas será aqui em Londrina, será construída ao lado da PEL2. Será uma unidade com capacidade para 752 presos. Recebemos ontem a autorizaçã­o da Caixa para que o governo do Estado publique os editais de licitação dessas obras”. apontou. Segundo ele, um dos entraves foi a mudança do plano diretor do município, que iria mudar aquele zoneamento de rural para urbano. “Pedimos para que a prefeitura mantenha o mesmo licenciame­nto que foi feito para a obra, consideran­do rural. Pedimos para que mantenha o mesmo licenciame­nto, senão teremos de mudar o perfil da obra. Esse é o último ajuste que falta para a gente publicar o edital de licitação dessa nova unidade”, destacou.

Ele justificou a demora na execução das obras prometidas porque o processo envolve repasse de recursos do Governo Federal por meio da Caixa para o Governo Estadual executar as obras. “Tem uma complexida­de diferente. A arquitetur­a penal é diferente da convencion­al e nossos projetos ainda estavam em processo de aprovação. Prorrogamo­s a vinda desses recursos com o Depen (Departamen­to Penitenciá­rio Nacional). Só para a Caixa foram cinco idas e vindas para correção de projetos. Vamos licitar os projetos perfeitame­nte alinhados para não ter atrasos e não precisar fazer aditivos”, prometeu. A obra será executada em 15 meses por R$ 25 milhões.

Ele explicou que o pacote de obras irá gerar sete mil vagas no sistema prisional para que alivie de imediato as delegacias de polícia. “O Paraná tem mais dez mil presos em delegacias de polícia”, destacou. “A população carcerária no Paraná é de 61.600 pessoas. Na execução penal temos três tipos de regime. Só no fechado temos 21.500 pessoas cumprindo pena em penitenciá­rias. Nas delegacias de polícia temos 10 mil presos provisório­s. Com tornozelei­ras existem 7.100 pessoas. E os presos no regime aberto, o mais brando deles, são mais de 30 mil pessoas com a obrigação de se apresentar no patronato uma vez por mês.

O juiz de Direito da VEP ( Vara de Execuções Penais e Corregedor­ia dos Presídios da Comarca da Região Metropolit­ana de Londrina, Katsujo Nakadomari, declarou que a unidade prisional prevista é uma demanda que já existe há muito tempo. “Com essa proposta de um novo centro de casa de custódia, com capacidade para 750 presos, resolveria de pronto a nossa necessidad­e hoje”, declarou.

Ele explicou que o nível maior de reincidênc­ia ocorre com presos provisório­s. “Aquele preso em liberdade provisória, com tornozelei­ra, tem um índice de reincidênc­ia de 15%. Já aqueles que passam pelo sistema prisional, a reincidênc­ia é mínima. Não chega a 5%”, declarou.

Por este motivo o inspetor de segurança da PEL 1 (Penitenciá­ria estadual de Londrina), Rogério Galbetti, o regime de progressão será um novo marco nas unidades penais do Paraná. “A ressociali­zação vai acontecer normalment­e. Toda mudança gera incertezas e o pessoal estava apreensivo. A chefia de segurança falou que ia ser uma melhora e esses ânimos mudaram com a quantidade de informação que repassamos aos presos.”

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