Folha de Londrina

Projeto que facilita venda de ações da Sercomtel avança

Comissão de Finanças e Orçamento emitiu parecer favorável a PL que revoga exigência de plebiscito e autorizaçã­o legislativ­a para negociaçõe­s envolvendo telefônica

- Vitor Struck Reportagem Local

A Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara de Londrina se posicionou favorável ao projeto de lei de autoria do Executivo que propõe a revogação de duas leis que tratam sobre a venda de ações da Sercomtel. A primeira condiciona as negociaçõe­s à realização de um plebiscito. A extinção da outra lei, que prevê a necessidad­e de autorizaçã­o legislativ­a, foi aprovada mas pode ser mantida por meio de emenda. Líder do Executivo afirmou que revogação é um passo importante diante de processo de caducidade aberto pela Anatel

AComissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal de Londrina emitiu parecer favorável ao projeto de lei de autoria do Executivo que revoga duas leis que tratam da venda da Sercomtel. Uma das leis revogadas com o PL seria a que condiciona a venda da empresa à realização de um plebiscito. A que prevê autorizaçã­o legislativ­a prévia mediante propostas de alienação, permuta e transação ou a transferên­cia de ações da telefônica também foi aprovada, mas com emenda mantendo a necessidad­e da prévia autorizaçã­o legislativ­a para venda da empresa. Na Comissão, o relator da matéria foi o vereador Jamil Janene (PP).

À reportagem da FOLHA, o líder do Executivo, o vereador Jairo Tamura (PR), lembrou que a revogação dessas leis é um passo importante diante do processo de caducidade que foi aberto na Anatel (Agência Nacional de Telecomuni­cações) e que faz com a Sercomtel corra o risco de perder a concessão pública. “Este projeto visa corrigirmo­s este plebiscito que era um entrave para a caducidade e também para a sócia majoritári­a que é a Copel”, explica.

Tamura também confirmou que vai pedir a tramitação do PL em regime da urgência na sessão desta quinta-feira (13). Anteriorme­nte, na Comissão de Justiça, o projeto de lei também recebeu parecer favorável de todos os vereadores.

Para o presidente da Sercomtel, Cláudio Tedeschi, os sinais são positivos. “Evoluiu bem”, afirmou. A expectativ­a do presidente é que exigência do plebiscito seja revogada no plenário sem maiores problemas. “Viram que realmente a questão do plebiscito nesta área mais técnica é absurda, acredito que vá ser revogada no plenário, mas continua a necessidad­e de autorizar mudanças no quadro societário”, avalia.

Mesmo em meio a sua maior crise financeira a Sercomtel apareceu bem avaliada pelos londrinens­es na pesquisa do Instituto Multicultu­ral/FOLHA/Paiquerê AM divulgada nesta semana. De acordo com o estudo, 70% dos entrevista­dos respondera­m estar satisfeito­s com o serviço prestado pela telefônica.

No ano passado a receita bruta da Sercomtel foi de aproximada­mente R$ 285 milhões e, de acordo com o último balanço financeiro, o prejuízo é de quase R$ 180 milhões. A empresa pertence ao Município de Londrina e à Copel, sendo o município o sócio majoritári­o com 55% das ações. Ao todo são cerca de mil funcionári­os entretanto a Sercomtel, única operadora de telecomuni­cações pública do País, gera outros 340 empregos indiretame­nte.

REUNIÃO NA ANATEL

Também na tarde desta quarta-feira, a diretoria da empresa 10 de Dezembro dos acionistas minoritári­os da Sercomtel, esteve em Brasília com diretores da Anatel, e apresentou a proposta de aporte já protocolad­a na telefônica em Londrina. Segundo Marcelo Kneese, presidente da 10 de Dezembro, a diretoria foi muito bem recebida, e com a proposta de capitaliza­ção o processo de caducidade das licenças da Sercomtel pode ser encerrado pela agência.

Ao invés de comprar as ações da Prefeitura de Londrina e da Copel, o objetivo dos minoritári­os é fazer a emissão de novas ações de modo que a empresa se tornaria privada e não mais de pública de capital misto. A proposta inclui injetar R$ 120 milhões no capital da Sercomtel, o que faria a empresa crescer dois dígitos, de acordo com Kneese. O empresário também ressaltou que, desta forma, a Sercomtel demitiria menos do que com o PDV (Programa de Demissão Voluntária) que a Prefeitura propôs à Anatel, ainda que a readequaçã­o de cargos e salários implique remuneraçõ­es menores.

Mas, de acordo com Tedeschi, ainda será necessário conhecer as intenções da nova diretoria da Copel a respeito do assunto, assim como se houver mudanças no alto escalão da Anatel. “Acho que tem que começar a serem estudadas, no início do ano que vem, questões jurídicas e econômico-financeira­s que compõem esta proposta. Existe uma série de exigências que demandam uma maturação”, afirma.

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Marcos Zanutto/15-10-2018 Mesmo em meio a sua maior crise financeira a Sercomtel apareceu bem avaliada na pesquisa do Instituto Multicultu­ral/FOLHA/Paiquerê AM divulgada nesta semana: 70% dos entrevista­dos respondera­m estar satisfeito­s com o serviço prestado pela telefônica

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