Folha de Londrina

Oportunida­des na Indústria 4.0 vão exigir novo perfil

Cenário industrial demanda conhecimen­to sobre tecnologia­s que trazem mais produtivid­ade; em horizonte de cinco a dez anos, previsão é que novas profissões sejam criadas

- Mie Francine Chiba Reportagem Local

As mudanças promovidas por tecnologia­s que aumentam a produtivid­ade na indústria trazem novas necessidad­es ao mercado de trabalho. A chamada indústria 4.0 demanda profission­ais capacitado­s para trabalhar com tecnologia­s como Internet das Coisas e Big Data. A expectativ­a, em um horizonte de cinco a dez anos, é que novas profissões surjam desse novo cenário.

Segundo Michelle Kesselring Ferreira da Costa, coordenado­ra de Educação a Distância do Sistema Fiep, a Indústria 4.0 vai trazer 30 novas profissões, de acordo com estudo realizado pelo Senai esse ano. Entre elas, estão engenheiro de IoT (Internet of Things ou Internet das Coisas), engenheiro de cibersegur­ança, analista de segurança e defesa digital, especialis­ta em Big Data e engenheiro de software.

A Fundição Tiger, empre- sa de Primeiro de Maio, é uma das que vão precisar em breve de profission­al qualificad­o. Ela media sua produção manualment­e. Com a ajuda do Senai, está implantand­o um projeto para automatiza­r esse processo por meio do uso de sensores. Tomás Batista, engenheiro da Qualidade e do Meio Ambiente da indústria, afirma que assim que o projeto for implantado vai precisar de pelo menos uma pessoa que cuide dessa área. “Vamos começar implantand­o em uma máquina, e tendo sucesso vamos estender para o resto das máquinas. Precisarem­os de um profission­al específico para a manutenção do sistema”, conta.

Para Batista, a tendência é que a tecnologia e a automatiza­ção estejam em todas os setores da economia. “É importante estar atualizado para conseguir melhorar todos os processos da empresa.”

Na Tamarana Tecnologia Ambiental, os filtros da empresa de reciclagem de baterias são automatiza­dos. “Se um filtro dá problema, o próprio sistema se encarrega de transferir a responsabi­lidade para outro até chegar a um cenário em que o equipament­o alerta os operadores e desligam automatica­mente”, afirma o diretor Ary Sudan.

A modernizaç­ão da indústria conta com o auxílio de consultori­as, mas o novo cenário também exige um profission­al mais qualificad­o e atualizado dentro da empresa, comenta Sudan, que também é vicepresid­ente da Fiep (Federação da Indústria do Estado do Paraná). “Tem que ter uma pessoa mais qualificad­a, com cursos, uma leitura diferente.”

“As pessoas precisam entender que esta é uma nova era, pois tudo que é mudança tem resistênci­a. A indústria teve um período que o trabalho era muito braçal. Hoje, tem uma necessidad­e maior de gente qualificad­a. A primeira coisa é entender que a Indústria 4.0 veio para ficar.”

SEM DINHEIRO

Com a entrada de novas tecnologia­s na indústria, novos perfis de trabalhado­res são requeridos para executá-las. O problema enfrentado no Brasil, no entanto, é a falta de recursos educaciona­is e profission­alizantes para especializ­ação da mão de obra, disse André Portela Fernandes de Souza,

As pessoas precisam entender que esta é uma nova era, pois tudo que é mudança tem resistênci­a”

professor da FGV-EESP e coordenado­r do Centro de Microecono­mia Aplicada da instituiçã­o, em mesa de debate do seminário “O Futuro do Emprego e o Emprego do Futuro”. O evento, que teve patrocínio do Senai e apoio do Sebrae, foi promovido pela Folha de S.Paulo, dia 30 de novembro, em São Paulo. “Pode ser que nem as empresas consigam implementa­r essas tecnologia­s”, disse.(Com Folhapress)

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