Crime na Casa de Deus
“Vinde, Jesus; vinde e dai poder à luz e ao bem; vinde para onde a falsidade, a ignorância sobre Deus, a violência e a injustiça predominam. Vinde, Senhor Jesus, dai poder ao bem do mundo e nos ajudai a ser portadores da Vossa luz, pacificadores e testemunhas da verdade. Vinde, Senhor Jesus!” (Bento XVI)
Na quarta-feira da semana passada, fui à missa do meiodia na Catedral. Cheguei com alguns minutos de atraso e deparei com uma cena impressionante, comovedora: no meio da semana, em horário de almoço, a imensa Catedral de Londrina estava absolutamente tomada pelos fiéis. Não sou muito bom nessas contas, mas imagino que lá estivessem mais de 2 mil pessoas. Precisei assistir à celebração em pé, pertinho da parede onde está a foto da saudosa Irmã Clarência, primeira organista da igreja local, em 1936.
Foi com imensa dor no coração que soube do massacre na Catedral de Campinas, quando cinco fiéis católicos perderam suas vidas: Sidnei Vitor Monteiro, José Eudes Gonzaga Ferreira, Cristofer Gonçalves dos Santos, Elpidio Alves Coutinho e Heleno Severo Alves. Eles rezavam após o encerramento da missa do meio-dia. Exatamente com tantos de nós católicos fazemos aqui em Londrina.
Os cinco fiéis da Catedral de Campinas foram mortos a tiros por Euler Fernando Grandolpho, 49 anos, que cometeu suicídio. Segundo amigos, Euler tinha hábitos reservados, mas por diversas vezes manifestou um ódio feroz contra a Igreja Católica, religião de sua família. Esse ódio, unido aos problemas psicológicos, resultou no massacre de ontem.
Uma das poucas conclusões que podemos fazer sobre a tragédia de Campinas é defini-la como um atentado anticristão. Se fosse numa sinagoga, seria um atentado antissemita; se fosse numa mesquita, seria um atentado anti-islâmico; como ocorreu numa igreja, foi um atentado anticristão. Alguém precisava dizer isso com todas as letras!
Não por acaso, também, o crime ocorreu numa igreja dedicada à Imaculada Conceição, que para quem não sabe é padroeira do nosso país (Nossa Senhora da Conceição Aparecida). Três dias atrás, comemorávamos a festa da Imaculada; agora choramos a morte de nossos irmãos na Casa de Deus.
O ano litúrgico dos católicos acaba de ser iniciado; vivemos o período do Advento, em que se celebra a vinda de Jesus ao mundo. É um tempo de esperança, mas também um período em que o inimigo tenta destruí-la de qualquer forma. Fernando Pessoa chamava-o de “antemanhã”: a escuridão que precede a luz.
Com seus crimes e mentiras, o inimigo quer afastar os cristãos da Igreja. Por isso, é tempo de fazer exatamente o contrário: ir à Casa de Deus, rezar com fervor, fazer o bem ao próximo em todas as oportunidades. É hora de lotar nossas igrejas, santuários e catedrais. Que Deus receba em sua misericórdia os irmãos que perdemos - e proteja os que permanecem.
Alguém precisa dizer com todas as letras: o que aconteceu em Campinas foi um atentado anticristão