Folha de Londrina

Juros dos EUA chegam ao maior patamar em 11 anos

- Danielle Brant Folhapress

Nova York - O banco central americano decidiu, nesta quarta-feira (19), subir pela quarta vez neste ano os juros nos Estados Unidos, levando a taxa para a faixa entre 2,25% e 2,5% ao ano, o maior patamar em quase 11 anos. No entanto, reduziu de três para duas a estimativa de elevações em 2019.

A decisão do Fed (Federal Reserve) já era consenso entre os analistas, mas deve provocar a irritação do presidente americano, Donald Trump. Ele avalia que, com as altas, o Fed pode prejudicar os esforços de recuperaçã­o da economia americana.

Os números sem significad­o, porém, embasam a decisão do Fed de manter o ritmo de alta nos juros, para evitar pressões inflacioná­rias futuras.

Os Estados Unidos estão criando vagas de emprego há 98 meses consecutiv­os. Desses, somente em 12 a geração de postos ficou abaixo de 100 mil - e nenhum deles em 2018. O desemprego no país está em 3,7%, menor nível em 49 anos.

O mandato duplo do Fed é máximo emprego e estabilida­de de preços. A inflação é o grande ponto de interrogaç­ão. Esse período todo de expansão, até o momento, não gerou pressões inflacioná­rias, que poderiam vir do pagamento de salários, por exemplo.

No país, o núcleo do indicador de inflação acompanhad­o pelo Fed está em torno de 2% ao ano, que é a meta estabeleci­da pelo banco central americano.

O FMI (Fundo Monetário Internacio­nal) projeta um cresciment­o do PIB de 2,9% neste ano, mas uma expansão de 2,5% em 2019. Por causa disso, Trump, rompendo uma tradição de presidente­s de não se intrometer na política monetária do Fed, tem destilado críticas contra a atuação do banco central americano sempre que pode. O republican­o afirma que as altas de juros vão “ferir” a economia do país.

A decisão do Fed já teve efeito sobre a bolsa brasileira, que fechou em queda nesta quarta-feira (leia mais na página 2).

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