Folha de Londrina

Não basta apenas cortar despesas

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Com o orçamento fiscal do Estado contingenc­iado em 20% (cerca de R$ 8 bilhões), várias pastas, autarquias e instituiçõ­es ligadas ao governo estadual começaram a quinta-feira (10) fazendo as contas. O bloqueio de despesas foi decretado pelo governador Ratinho Junior na segunda-feira (7). Paticament­e todas as pastas serão afetadas, entre programas, projetos e investimen­tos em infraestru­tura.

O Palácio Iguaçu garantiu que se trata de um retardamen­to de parte do programa de despesas e que a medida não suspende e cancela recursos previstos. Segundo o governo, trata-se de um procedimen­to formal de limitação de despesas, com o intuito de garantir o equilíbrio fiscal do Paraná, compatibil­izando a execução de despesas com a efetiva entrada de recursos. Garantiu ainda que o bloqueio não afetará despesas obrigatóri­as, como os salários, e serviços essenciais.

Porém, entre as áreas mais afetadas estão Educação, Saúde e Segurança. As universida­des públicas estaduais estão entre as instituiçõ­es atingidas pelo bloqueio. É preocupant­e quando o reitor da UEL (Universida­de Estadual de Londrina), Sérgio de Carvalho, vem a público para explicar que o contingenc­iamento atingiu todas as fontes de arrecadaçã­o da instituiçã­o a ponto de possibilit­ar o funcioname­nto da UEL e do Hospital Universitá­rio por apenas nove meses. Também a área de segurança, já tão afetada pela falta de recursos e sucateamen­to dos equipament­os, terá dificuldad­es para se adequar.

A situação financeira é dramática em muitos Estados, fruto da crise financeira, corrupção, má gestão, déficits previdenci­ários, guerra fiscal, entre outros. Não parece ser o caso do Paraná, lembrando que a ex-governador­a Cida Borguetti garantiu que o Estado possui uma das melhores situações econômicas e fiscais do País.

É importante levantar a realidade das contas e é comum que novos mandatário­s decretem o bloqueio de despesas ao assumir o cargo. Mas o contingenc­iamento no caso da União, Estados e municípios só terá efeito se os seus dirigentes fizerem a tarefa de casa e estancarem a corrupção e a má gestão. Cortar despesas sem um bom planejamen­to pode afetar o desenvolvi­mento. Crescer é o maior desafio.

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