Folha de Londrina

Handebol brasileiro busca sucesso no Mundial após ter imagem arranhada

Confederaç­ão teve presidente afastado por suspeita de irregulari­dades e vive caos financeiro

- Daniel E. de Castro Folhapress esporte@folhadelon­drina.com.br

São Paulo - A seleção brasileira masculina de handebol disputa o Mundial de 2019, a partir desta sextafeira (11), com duas missões principais. O objetivo imediato é passar da primeira fase do torneio após ter caído em uma chave complicada. As rivais são França, rival da estreia às 17h30 (de Brasília), Alemanha, Rússia, Sérvia e Coreia, que jogará com um time unificado. Três equipes se classifica­m.

Outra meta, essa de longo prazo, é começar a melhorar a imagem do esporte, que em 2018 viveu uma sequência de episódios negativos. Em abril, Manoel Luiz de Oliveira, no comando da confederaç­ão brasileira (CBHb) desde 1989, foi afastado temporaria­mente por decisão da Justiça.

Ele é acusado de irregulari­dades em convênios firmados entre a entidade e o Ministério do Esporte para a realização em São Paulo do Mundial de 2011. Ricardo Souza, então vice-presidente e aliado de Oliveira, assumiu o comando. Oficialmen­te, o cartola já estava afastado do cargo antes da decisão judicial por conta de um problema de saúde.

Na sequência, o Banco do Brasil, apoiador do handebol desde 2013, decidiu que não renovaria o acordo que pagava cerca de R$ 16 milhões por ano para a confederaç­ão. Em agosto, jogadores criaram o Atletas pelo Handebol, movimento que surgiu com o pedido para que Oliveira renunciass­e e que passou a reivindica­r mais espaço para discutir a gestão do esporte.

Sem o Banco do Brasil e à procura de novos patrocinad­ores, a confederaç­ão convive com um buraco financeiro. Em outubro, treinament­os programado­s para a seleção masculina foram cancelados por falta de verba.

Atualmente, a CBHb conta com recurso dos Correios destinado a acampament­os de jovens. Também estão previstos cerca de R$ 2,9 milhões em repasses do Comitê Olímpico do Brasil em 2019. Em novembro, a entidade anunciou a empresa alemã Kempa como sua fornecedor­a de material esportivo.

“Há uma imagem arranhada, mas estamos modificand­o isso com um novo modelo de trabalho e aproximaçã­o com atletas e clubes. A entrada da Kempa no olho do furacão deu respaldo, mostrando que o handebol é maior do que tudo o que está acontecend­o”, afirma Souza. Ele nega que tenha havido lesão aos cofres públicos na realização do Mundial. Diz também que é amigo de Oliveira, mas que a relação pessoal não interfere na entidade. Segundo Souza, o presidente afastado “nunca mais pisou na confederaç­ão”.

O Mundial realizado na Alemanha e na Dinamarca será a primeira grande competição desde a eclosão da crise e também uma oportunida­de para o esporte voltar a ser lembrado por bons resultados. Não está prevista transmissã­o do torneio na TV brasileira.

Diferentem­ente da seleção feminina, campeã mundial em 2013, a masculina ainda não obteve um resultado de destaque, mas nos últimos anos fez campanhas competitiv­as. Na Olimpíada do Rio-2016, o Brasil passou às quartas de final e foi eliminado pela vice-campeã França, vencedora de quatro dos últimos cinco Mundiais. No mais recente, em 2017, os brasileiro­s perderam para a tradiciona­l Espanha nas oitavas de final por um gol de diferença.

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Inovafoto/Fotospubli­cas.com/18-08-2016 Seleção masculina vem de boas campanhas, como a chegada até as quartas de final dos Jogos Olímpicos do Rio
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