Milhagens ajudam a baratear a viagem de férias
Resgates dos programas de fidelidade são alternativas para baratear as viagens de férias
Em tempos de instabilidade financeira e dólar em alta, os consumidores têm buscado alternativas para fazer as viagens de férias caber no orçamento. Uma alternativa vem sendo o resgate dos pontos e milhas dos programas de fidelidade.
Dados da Abemf (Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Fidelização) apontam que o número de cadastros nos programas de fidelidade chegou aos 120,6 milhões no fim do primeiro semestre de 2018. Nesse período, o setor ganhou 8,4 milhões de novas inscrições, o que representa crescimento de 20,8% no comparativo com o mesmo período do ano anterior.
As passagens de avião são os itens mais desejados pelos clientes. Do total de 136,8 bilhões de pontos resgatados no primeiro trimestre, 73,9% deles foram para bilhetes aéreos.
Para o presidente da Abemf, Roberto Chade, os brasileiros estão percebendo a importância dos programas de fidelidade e os benefícios que eles trazem. “Usar o saldo acumulado ou aproveitar os benefícios oferecidos pelos cartões de crédito pode transformar os planos de uma viagem nacional em uma experiência no exterior, por exemplo, ou permitir um upgrade de hotel e até mesmo de classe no avião”, disse Chade.
Todos os anos as viagens de férias da família do administrador Adriano Antunes da Silva, 35, são compradas com milhas do cartão de crédito. Este ano, ele conseguiu além dos bilhetes aéreos cinco dias de aluguel de carro.
“Quando percebi que os programas de milhas valiam a pena, concentrei todas as compras em um único cartão. Adaptei toda a minha rotina de gastos no cartão com milhas. A quantidade de milhas duplicou e, em 12 meses, consigo três passagens aéreas.”, contou o administrador. O valor economizado com os bilhetes é revertido para os passeios, restaurantes e compras nos destinos das férias.
Silva pretende fazer uma viagem internacional em 2019. “Tenho milhas sobrando para uma passagem e meia internacional. Quero conseguir pelo menos duas”, contou.
Os programas de fidelidade também oferecem a possibilidade de unir “pontos/ milhas + dinheiro”. “Nem sempre o participante tem o saldo total para resgatar a passagem ou o hotel que deseja naquele momento. Essa modalidade permite usar o saldo acumulado nos programas para aproveitar boas oportunidades”, afirmou o presidente da Abemf.
O diretor-executivo de produtos e inovação da Smiles, Túlio Oliveira, afirmou que a maturação do segmento de fidelização tem duas alavancas: as companhias aéreas e os cartões de crédito. A Smiles registrou alta de 20% em 2018, atingindo 15 milhões de clientes. “Apesar do crescimento vertiginoso há espaço para crescer mais. Apenas 20% do brasileiro economicamente ativo tem programa de fidelidade. No Canadá e Nova Zelândia são 70%, México e Turquia mais de 40%”, exemplificou Oliveira.
A empresa oferece aos clientes também a possibilidade de comprar um plano de milhagem. “O Clube Smiles é uma assinatura, como Netflix, que ajuda o cliente a fazer o planejamento de viagem. Ele tem vantagens como voos mais baratos, reservas de voos sem custos até três dias, bônus de transferências de pontos e bonificação maior”, explicou, citando algumas das vantagens.
Com a disseminação dos programas de fidelidade, surgem empresas especializadas na compra e vende de milhas como por exemplo, a MaxiMilhas. De acordo com o CEO e cofundador da plataforma, Max Oliveira, “em 2018 a empresa ultrapassou a marca de 20 bilhões de milhas negociadas, triplicando o total negociado em 2017”.
Passagens de avião são os itens mais desejados pelos clientes