Folha de Londrina

Poupança tem melhor resultado desde 2013

- Fabrício de Castro

Brasília

- Aplicação mais popular entre os brasileiro­s, a caderneta de poupança encerrou o ano de 2018 com captação líquida de R$ 38,26 bilhões, segundo o Banco Central. O saldo positivo é o maior desde 2013, quando os brasileiro­s haviam aplicado R$ 71 bilhões líquidos na poupança. Na época, o País ainda não havia passado pelo período de recessão.

A captação positiva da poupança no ano passado reflete, em grande parte, o processo de retomada da economia. Embora os dados de atividade de 2018 ainda não tenham sido fechados, a expectativ­a do mercado financeiro é de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro tenha subido 1,3%. Nesse ambiente, as famílias também tiveram mais espaço no orçamento para guardar dinheiro.

No ano passado, os depósitos brutos na poupança somaram R$ 2,253 trilhões. Já os saques atingiram os R$ 2,214 trilhões. Com a captação positiva de R$ 38,26 bilhões no ano, a caderneta de poupança encerrou 2018 com saldo de R$ 797,281 bilhões, já consideran­do os rendimento­s de R$ 34,417 bilhões verificado­s ao longo do período.

Em anos anteriores, os resultados foram piores. Em 2014, quando o PIB havia crescido apenas 0,5%, a captação líquida havia sido de R$ 24 bilhões. No ano seguinte, quando o Brasil amargou recessão de 3,5%, os brasileiro­s sacaram R$ 53,6 bilhões líquidos da poupança. Na época, com o desemprego em alta e a renda em queda, as famílias recorreram à caderneta para fazer frente a despesas regulares.

RETOMADA

Em 2016, com a retração de 3,3% do PIB, os saques líquidos da poupança somaram R$ 40,7 bilhões. Já em 2017, com o cresciment­o de 1,1% da economia, houve captação líquida de R$ 17 bilhões.

Após a queda da renda dos trabalhado­res nos anos de recessão, houve um início de retomada nos últimos anos, como apontam os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE). O mesmo vale para o emprego, que iniciou processo de retomada gradual.

Com mais renda, as famílias passaram a ter maior espaço no orçamento para poupar. Nos 12 meses de 2018, houve captação líquida na poupança em nove deles. Apenas em janeiro e fevereiro - quando os saques para pagamento de despesas como IPVA, IPTU e matrículas escolares aumentam - e no mês de outubro as retiradas da poupança superaram os depósitos.

Essa procura maior pela poupança ocorreu apesar de a rentabilid­ade ser, atualmente, inferior ao visto em anos anteriores. Hoje a poupança é remunerada pela taxa referencia­l (TR), que está próxima de zero, mais 70% da Selic (a taxa básica de juros da economia).

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