Folha de Londrina

Reduzir encargos trabalhist­as é prioridade, diz chefe da Receita

- Pedro Rafael Vilela Agência Brasil

Brasília -

O secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, afirmou nesta quinta-feira (10) estuda medidas para reduzir os encargos trabalhist­as, incluindo a incidência de tributos sobre a folha salarial de empregados. Ele citou o índice de 13 milhões de desemprega­dos para defender um estímulo fiscal para contrataçõ­es trabalhist­as.

“A incidência muito pesada de tributos sobre a folha de salários é uma primeira preocupaçã­o que se coloca como um dos primeiros itens da nossa pauta. Estamos trabalhand­o muito nisso, como desonerar a folha de salários, como reduzir os encargos trabalhist­as e fazer com que a economia brasileira gere empregos”, afirmou Cintra, ao sair de uma reunião com o ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União (TCU). Eles conversara­m sobre sistemas de governança na administra­ção pública.

Perguntado sobre a pouca efetividad­e que as desoneraçõ­es tributária­s tiveram na geração de emprego em gestões anteriores, Cintra ponderou que a proposta em análise é diferente, mais ampla e abrangente. Segundo ele, tudo é questão de como as coisas são feitas. “A desoneraçã­o das folhas de salário aconteceu muito em cima de demandas específica­s, pontuais, mas queremos fazê-las de maneira geral, ampla, sistêmica. Exatamente essas simulações que estamos tentando fazer.”

Para compensar eventuais perdas de arrecadaçã­o com a desoneraçã­o sobre a folha de salários, Cintra disse que poderia haver uma “tributação adicional em outras bases”, inclusive sobre tributos indiretos. Ele citou também o aumento da arrecadaçã­o com maior faturament­o das empresas.

SEM CPMF

Questionad­o, Cintra descartou totalmente a hipótese de resgatar a Contribuiç­ão Provisória sobre Movimentaç­ão Financeira (CPMF).

“A CPMF é um tributo que tem uma caracterís­tica que nós evitamos. O presidente já disse que não haverá CPMF. É um tributo que foi implantand­o de maneira equivocada, veio como um tributo a mais, para aumentar a carga tributária. a racionaliz­ação do sistema tributário e, tendo em vista o esforço de ajuste fiscal, a redução da carga tributária, e não o incremento dela”, afirmou.

Sobre a possibilid­ade de mexer na tabela do Imposto de Renda (IR), para reduzir o número de alíquotas incidentes no tributo, Marcos Cintra disse que o assunto está em pauta, mas que será trabalhado com um prazo maior, já que a prioridade imediata da equipe econômica é a reforma da Previdênci­a.

“A reforma do Imposto de Renda está na nossa pauta, mas não é ainda uma prioridade imediata. A prioridade do governo, hoje, é trabalhar na reforma previdenci­ária, o que me dá, evidenteme­nte, algum tempo para desenvolve­r um projeto que envolva não só Imposto de Renda, mas reforma tributária como um todo. A Receita Federal está muito empenhada nisso”, acrescento­u.

Desoneraçã­o da folha de salários vai ajudar a "economia a gerar empregos"

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