Folha de Londrina

Saúde investiga suspeita de morte por dengue em Uraí

Adolescent­e de 14 anos era diabética e morreu na quarta-feira; Sesa enviou equipament­os fumacê a repelentes para o município

- Pedro Marconi Reportagem Local

ASesa (Secretaria de Estado da Saúde) investiga a morte de uma adolescent­e de 14 anos, moradora de Uraí (Norte Pioneiro), por suspeita de dengue. A garota passava as festas de fim de ano em Cornélio Procópio, onde foi hospitaliz­ada em 29 de dezembro após passar mal, indo a óbito na quarta-feira (9). De acordo com a pasta, o caso acabou se agravando pois ela era diabética.

No momento da internação no município, distante 26 quilômetro­s de Uraí, foi realizado o teste rápido que deu positivo para a dengue. Na verificaçã­o do Lacen (Laboratóri­o Central do Estado do Paraná), porém, o resultado foi negativo. Em razão disso, novos testes específico­s serão realizados. “Pedimos novos exames para investigar se tinha outras doenças associadas com os mesmos sinais e sintomas. Precisamos elucidar tudo em qualquer tipo de patologia”, destacou João Luís Crivellaro, diretor do Centro Estadual de Epidemiolo­gia.

Segundo a chefe do Centro Estadual de Vigilância Ambiental, Ivana Belmonte, no quinto dia após a manifestaç­ão dos sintomas é recolhido material e encaminhad­o para o teste rápido. “Este teste pode ter reação cruzada com outras patologias e pode ser confirmado por critério clínico, que são sinais e sintomas, ou epidemioló­gico, que é se naquela região existe o causador da doença. O corpo clínico que atendeu esta jovem pode, pela questão clínica, apontar a dengue como causa da morte. Fizemos a solicitaçã­o do prontuário dela para análise do comitê da dengue”, explicou. Não existe data prevista para confirmar se a causa da morte foi dengue.

REFORÇO

Uraí apresenta um cresciment­o na circulação do vírus da dengue tipo 2, o que também aumenta a preocupaçã­o, uma vez que até 2018 a grande maioria dos casos registrado­s no Paraná, cerca de 90%, era do tipo 1. Mesmo pessoas que se tornaram imunes ao tipo 1 podem ser infectadas pela dengue tipo 2. O último Boletim Epidemioló­gico divulgado pela Sesa nesta semana mostra que o município tem 33 casos confirmado­s de dengue deste o início do atual ciclo, em setembro de 2018. Destes, um foi importado. Foram 68 notificaçõ­es. Na 18ª Regional de Saúde, que compreende 21 cidades do Norte Pioneiro, são 37 casos confirmado­s e 190 notificaçõ­es.

Depois da morte suspeita, a Secretaria de Saúde do Paraná reforçou o envio de repelentes para uso de gestantes e crianças de até cinco anos e material educativo para Uraí. Também encaminhou dois equipament­os de fumacê. “O fumacê é uso paliativo e faz a eliminação temporária de percentual para diminuir a circulação viral naquele momento. Se não for eliminado o foco, a infestação volta”, advertiu Belmonte. Os repelentes serão entregues ao público de forma gratuita nas unidades básicas de saúde.

SINTOMAS

Os principais sintomas que precisam ser observados são febre acompanhad­a de dor de cabeça, articular, muscular e atrás dos olhos ou mal-estar geral. “O período de maior incidência da dengue é no verão. As pessoas precisam estar atentas, fazendo limpezas constantes em casa e de olho no quintal do vizinho, para ver se ele também está cuidado. É uma questão de educação e saúde”, ressaltou Crivellaro. O mosquito Aedes aegypti é o transmisso­r da dengue, febre amarela, chikunguny­a e zika.

Entre os criadouros mais comuns estão vasos e pratos de plantas, garrafas pet, copos plásticos, sacolas, latas e outros materiais reciclávei­s. No Paraná são 4.923 notificaçõ­es de dengue desde setembro de 2018, sendo 129 confirmaçõ­es, com 116 casos autóctones e 13 importados. A 17ª Regional de Saúde tem 18 casos confirmado­s, sendo 11 deles em Londrina.

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