Maringá aposta em ambiente atrativo às indústrias
Há quem torça o nariz quando se compara Londrina com a vizinha Maringá. Mas a verdade é que nos últimos tempos, os indicadores da Cidade Canção estão sempre a frente dos londrinenses. A cidade foi escolhida recentemente como a Melhor Cidade em Qualidade de Vida, entre municípios com mais de 250 mil habitantes. Também está na 15ª posição no ranking de Melhores Cidades para Fazer Negócios. No Paraná, perde apenas para Curitiba (7ª).
O DNA empreendedor dos pioneiros e o planejamento estratégico da cidade podem ser considerados os responsáveis pelo desempenho positivo de Maringá. Em 1996, a cidade fez o planejamento Maringá 2020, em 2007, foi a vez de planejar a cidade até 2030 e agora, o Codem (Conselho de Desenvolvimento de Maringá) trabalha no masterplan para 2047, quando a cidade completa 100 anos.
“O planejamento traz as diretrizes do desenvolvimento do agronegócio, da educação, da saúde e busca junto ao poder público que esses setores possam se desenvolver com benefícios que atendem as empresas de forma globalizada”, explicou Wilson Matos Silva, conselheiro do Codem e reitor da Unicesumar.
O Maringá 100 anos trabalha nos eixos do desenvolvimento humano, saúde, segurança, mobilidade urbana, educação,geração de renda, desenvolvimento e inovação e infraestrutura.
A PWC Brasil, empresa de consultoria, foi contratada para fazer a avaliação socioeconômica da cidade e identificar áreas de oportunidades para Maringá. Em cima desse trabalho será contratado um plano urbanístico com custo estimado de R$ 1,3 milhões. O estudo foi pago pelas entidades e empresas privadas. “O poder público é muito engessado na legislação. Quando ele faz uma licitação não pode exigir uma empresa de grife e queríamos uma grife como a PWC, por isso a iniciativa privada assumiu essas ações”, explicou Silva.
A cidade criou um ambiente atrativo para as indústrias. Este ano inicia a entrega dos lotes do parque industrial. A área de 300 mil hectares está recebendo infraestrutura de luz e água. O espaço terá uma área de tecnologia. O Tecpar (Instituto de Tecnologia do Paraná) está desenvolvendo um projeto para a construção de um centro de fabricação de medicamentos em parceria com um laboratório internacional. As empresas com projetos de inovação recebem descontos no ISSQN (imposto sobre serviços de qualquer natureza).
O trabalho do Codem, segundo Silva, tem sido o diferencial na hora de atrair novas empresas. “Essa união das entidades é um atrativo. O Codem age de forma a facilitar o andamento das coisas junto aos órgãos municipal, estadual e federal. A iniciativa privada tem uma participação efetiva no destino da cidade. Os políticos passam, mas as empresas ficam”, disse o conselheiro.
A Maringá de hoje e do amanhã esta de olho em empresas que gerem boa remuneração. “Não fazemos opção pela indústria pesada. Pois, além de poluir, em via de regra, não paga salários muito altos. Fizemos a opção pelo agronegócio e a industrialização do agro, áreas de serviço, tecnologia e educação”, afirmou Silva.