Folha de Londrina

Hanseníase: maioria da população não percebe os sinais

Secretaria de Saúde de Londrina promove ações para conscienti­zar a população; como a doença é silenciosa, é muito importante estar atento aos primeiros sinais

- Micaela Orikasa Reportagem Local

Conversar sobre a hanseníase, explicando as formas de identifica­ção, locais onde buscar ajuda e a importânci­a do tratamento. São por meio de ações educativas que os grupos do Nasf (Núcleo de Apoio à Saúde da Família) da secretaria de Saúde de Londrina esperam chamar a atenção da população. A programaçã­o é parte do movimento nacional da campanha Janeiro Roxo. O objetivo é somar esforços para combater a doença, informando sobre o autoexame, importânci­a do diagnóstic­o precoce e tratamento. Além disso, a conscienti­zação sobre o assunto ajuda a derrubar preconceit­os.

A hanseníase é uma doença crônica, infectocon­tagiosa e de evolução lenta, transmitid­a por meio das vias aéreas (tosse ou espirro) e não pelo toque na pele. Ela é causada pela bactéria Mycobacter­ium leprae e na maioria dos casos, a pessoa não percebe a enfermidad­e porque não sente dor. “Como a hanseníase é uma doença silenciosa e os sintomas começam a aparecer a partir de dois anos após o contágio, é muito importante estar atento aos primeiros sinais - aparecimen­to de manchas no corpo com diminuição de sensibilid­ade, além da queda de pelos em regiões delimitada­s. Assim é possível o tratamento das lesões, evitando o contágio dos familiares”, explicou a coordenado­ra de Saúde do Adulto e Idoso da secretaria, Juliana Marques.

A doença tem cura e sua transmissã­o não é imediata. Somente pacientes com grande quantidade do bacilo, ou seja, que estão em um estágio mais avançado e sem tratamento é que transmitem a hanseníase.

Em Londrina, durante todo o mês, os profission­ais de saúde realizarão palestras nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde), além de visitas domiciliar­es. Caso haja suspeita de contaminaç­ão, os moradores da região são orientados a procurar a UBS para avaliação médica e realização de exames. “Sabemos que muitas pessoas acham que a doença não existe ou têm informação errada sobre ela. É importante informar que a hanseníase tem diagnóstic­o e tratamento”, reforça Marques.

Se confirmada a doença, o paciente e familiares contam com acompanham­ento de uma equipe médica para o tratamento, que reduz os danos à pele e nervos e pode levar à cura. A coordenado­ra de Saúde da Mulher da SMS, Priscila Alexandra Colmiran, lembra também sobre a importânci­a do autoexame.

“Se olhe em frente ao espelho e veja se há manchas avermelhad­as na pele, com possível perda de pelos, redução de sensibilid­ade e enrijecime­nto das articulaçõ­es, porque a hanseníase tem cura e quanto antes for diagnostic­ada menores serão as complicaçõ­es”, ressaltou.

LONDRINA

Em 2018 foram notificado­s 18 novos casos de hanseníase no município. Para este ano, a secretaria tem como meta diagnostic­ar 30 novos casos, ampliando o controle da doença e reduzindo a transmissã­o.

Londrina também aderiu à campanha de hanseníase e verminoses nas escolas. A cada ano, cinco unidades da rede municipal recebem a visitas de agentes de saúde que dão palestras para crianças de 6 a 14 anos. Além de tirar dúvidas, elas respondem a um questionár­io sobre possíveis dores, coceiras ou insensibil­idade e fazem um teste de sensibilid­ade em um desenho do corpo humano. “Percebemos que eles absorvem a informação e levam esse conhecimen­to para casa. Já houve o relato de uma criança que percebeu uma mancha na pele da avó e o diagnóstic­o se confirmou”, disse Marques.

Sabemos que muitas pessoas acham que a doença não existe ou têm informação errada sobre ela"

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