Folha de Londrina

Anistia Internacio­nal pede a governo do Rio compromiss­o no caso Marielle

- Roberta Jansen

Rio -

Dez meses após o assassinat­o de Marielle Franco com as investigaç­ões ainda inconclusa­s, a Anistia Internacio­nal reivindica, em comunicado, que as autoridade­s do Estado do Rio de Janeiro venham a público se compromete­r com a solução correta do crime. Marielle Franco, defensora de direitos humanos e vereadora no município do Rio de Janeiro, foi assassinad­a a tiros na noite de 14 de março de 2018 junto com o motorista Anderson Gomes, que dirigia o veículo onde estavam.

“O ano de 2018 terminou sem que o Estado do Rio de Janeiro, sob intervençã­o federal na área de segurança pública, tenha conseguido solucionar o caso. A nova gestão do governo do Estado tem o dever de assumir esta responsabi­lidade e não deixar o caso sem solução. O novo governador e o novo chefe de polícia deveriam vir a público se compromete­r com a investigaç­ão correta do assassinat­o de Marielle Franco desde o início de sua gestão”, afirmou Jurema Werneck, diretora executiva da Anistia Internacio­nal.

“A demora na solução do assassinat­o de Marielle Franco tem enormes impactos negativos, pois gera uma espiral de medo e silêncio entre ativistas, defensores de direitos humanos, jovens, mulheres negras, comunidade LGBT e todas as pessoas e grupos que, de alguma forma, ela representa­va. Mas, além disso, há uma enorme preocupaçã­o com o fato de que algumas das altas autoridade­s do Estado do Rio de Janeiro estiveram envolvidas em um episódio de violência contra a memória e a imagem de Marielle”, disse Werneck.

O Ministério Público e a Polícia Civil seguem linhas distintas de investigaç­ão no caso do assassinat­o da vereadora Marielle Franco. Tanto o governador Wilson Witzel quanto o procurador-geral de Justiça Eduardo Gussem confirmara­m a independên­cia das investigaç­ões. Segundo Gussem, o Ministério Público realiza um levantamen­to de todos os inquéritos que tramitam no órgão e faz um cruzamento com organizaçõ­es criminosas para deflagrar possíveis ações penais. Enquanto isso, a polícia, que preside o inquérito do caso, se debruça sobre o assassinat­o em si.

Witzel defendeu que um dos órgãos apresente o quanto antes alguma resposta para a sociedade. “Me parece que as duas têm que andar juntas. Se não for possível, aquela que estiver mais adiantada que dê a reposta para a sociedade”, afirmou.

Questionad­o se as diferentes linhas de investigaç­ão não poderiam levar à prisão de um inocente, o governador afirmou que qualquer pedido de prisão é realizado com base em indícios. Segundo ele, esses indícios podem não ser contundent­es para a condenação, mas razoáveis para comprovar parcialmen­te a autoria do crime.

(Com Folhapress)

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Carlos Magno/Fotos Públicas Witzel defendeu que Ministério Público ou Polícia Civil apresente o quanto antes alguma resposta para a sociedade

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